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Política

CPI do Calote suspende audiência depois de bate-boca de vereadores

Zemil Rocha e Jéssica Benitez | 11/07/2013 17:59
Representante da RDM assistindo ao início do bate-boca entre vereadores (Fotos: Cleber Gellio)
Representante da RDM assistindo ao início do bate-boca entre vereadores (Fotos: Cleber Gellio)
Alex do PT de dedo em riste, já exaltado, durante o bate-boca na Câmara
Alex do PT de dedo em riste, já exaltado, durante o bate-boca na Câmara

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote, vereador Paulo Siufi (PMDB), encerrou a reunião que estava sendo realizada na Câmara de Campo Grande em razão de bate-boca entre o relator Elizeu Dionízio (PSL) e o líder do prefeito na Casa, Marcos Alex (PT). Como estavam em lados opostos da mesa de trabalhos, não chegou a acontecer agressão física, mas o petista chegou a se exaltar e a gritar.

A discussão começou durante o depoimento de Luciene Araújo, sócio diretora da RDM Recuperadora de Créditos, que já fechou as portas por não receber por serviços prestados e cobra uma dívida de R$ 4.847.664,00 da Prefeitura de Campo Grande. Os ânimos se acirraram quando Luciene afirmou que, apesar de o contrato principal ser com a Prefeitura de Campo Grande (Município), tinha prestado serviço também para a Emha (Empresa Municipal de Habitação), que é outra pessoa jurídica, embora vinculada ao Município.

Paulo Siufi defendeu a regularidade da situação, considerado que a Emha integra a estrutura administrativa do Município. “Se secretaria faz parte da prefeitura não é irregular”, afirmou ele, referindo-se à Emha como se fosse secretaria, quando na realidade era uma empresa e foi transformada em autarquia, também com personalidade jurídica diferente.

Alex do PT contestou Siufi, afirmando que o caso era de “flagrante ilegalidade”, o que justificaria o fato de a prefeitura ter suspendido o pagamento para a RDM.

Nesse momento, Elizeu Dionízio, relator da CPI do Calote, afirmou que Alex estava ali na comissão para defender o prefeito Alcides Bernal. Alex retrucou: “Estou aqui para defender...”. Como Alex não concluiu a frase, Elizeu ajudou: “... o Bernal”.

O nervosismo de Alex explodiu e ele começou a gritar, exigindo respeito e acusando Elizeu de tê-lo chamado de “mentiroso”, fato que realmente aconteceu durante os debates. Em contraposição, Elizeu disse que iria entrar com segunda representação contra Alex na Casa, por falta de decoro parlamentar.

“Com a primeira já entrei”, anunciou o relator da CPI, observando que esta referiu-se ao fato de Alex ter se referido a ele como “pato novo e imbecil” durante a crise que envolveu denuncias de falta de alimentos nos Centros de Educação Infantil (CEINFs).

“Agora vou entra com outra representação porque o Alex diz que outros integrantes da CPI estavam defendendo empresas”, afirmou Elizeu. “Quero que o senhor prove que estou defendendo essas empresas”, insistiu.
Dando por finalizado o depoimento da representante da RDM, Siufi anunciou a suspensão da reunião da CPI. “Não tem mais condições de continuar”, alegou o presidente da comissão, informando que tem essa prerrogativa regimental.

Haveria ainda, na reunião da CPI, o depoimento de Élcio Terra, superintendente da empresa Solurb, que já estava na Câmara. Siufi reconvocou o depoente para segunda-feira, às 14h. Depois convocou reunião a portas fechadas dos membros da CPI, com a participação de quatro dos cinco integrantes, já que Alex se recusou a participar. “Não vou participar de reunião onde sou minoria”, justificou.

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