CPI elege presidente e deputados excluem autor de cargos chaves
O autor do requerimento da nova CPI da Enersul da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), ficou de fora dos cargos chaves da investigação: presidente e relator. Em votação apertada, por três votos a dois, os deputados estaduais elegeram como presidente o deputado estadual Paulo Corrêa (PR).
Logo após ser eleito, o parlamentar indicou o novato Beto Pereira (PDT) para a função de relator da CPI. “Ele faz parte do meu bloco (dos pequenos partidos), é novo e pode contribuir muito com o trabalho”, justificou-se o republicano.
Corrêa obteve os votos dele e dos deputados Onevan de Matos (PSDB) e Pereira. Marquinhos só conseguiu mais um voto, o do petista Pedro Kemp (PT). Beto Pereira também conta com o aval do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que fez reunião com os deputados aliados e cobrou uma investigação com base nos fatos.
Marquinhos Trad afirmou que a decisão já era esperada e vai manter o mesmo ritmo de trabalho na CPI. Na primeira CPI da Enersul, ele foi o relator e pretendia ser o presidente.
A primeira reunião da comissão será amanhã, às 8h, no plenarinho do legislativo estadual. Os deputados vão pedir três documentos. Segundo Paulo Corrêa, serão solicitados a auditoria realizada a pedido da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pela PwC, o relatório da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o relatório do interventor na Enersul, Jerson Kelman.
A CPI foi criada para investigar pagamentos irregulares pela concessionária de energia, que somaram R$ 700 milhões entre 2002 e 2012. Novo relatório da CVM mostra que 60 pessoas foram contempladas com o pagamento de valores irregulares.