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Política

Dagoberto fala em “coerência” ao votar a favor da PEC dos Precatórios

Com o votos a favor do governo, Ciro Gomes retirou a pré-candidatura à presidência da República pelo PDT

Jhefferson Gamarra | 04/11/2021 16:17
Deputado federal Dagoberto Nogueira, vice-lider do PDT no congresso (Foto: Divulgação/PDT na Câmara)
Deputado federal Dagoberto Nogueira, vice-lider do PDT no congresso (Foto: Divulgação/PDT na Câmara)

Oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional, o deputado federal do Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira e parlamentares do PDT, foram fundamentais para aprovação em primeiro turno, do texto principal da PEC dos Precatórios, de autoria do Poder Executivo que pretende estabelecer um teto e permitir o parcelamento nos pagamentos a partir de 2022.

Na prática a proposta de emenda à constituição cria um limite anual para o pagamento das dívidas do governo com pessoas e empresas que ganharam ações na Justiça e que não são mais passíveis de recursos.

A estimativa do governo é que a PEC abra um espaço no orçamento de R$ 91 bilhões em 2022, para o pagamento do Auxílio Brasil, programa social que seria estabelecido no lugar do Bolsa Família e que beneficiaria famílias com pelo menos R$ 400 até o fim de 2022, ano eleitoral.

A aprovação em primeiro turno foi apertada e não teria avançado no congresso caso não tivesse o apoio do partido Brizolista. O governo precisava de 308 votos e obteve 312, graças aos 15 pedetistas, entre eles, o parlamentar sul-mato-grossense, Dagoberto Nogueira, que votaram a favor da proposta do presidente Jair Bolsonaro.

“Mantivemos nossa coerência, não é porque o auxilio pode ajudar o Bolsonaro eleitoralmente que eu teria que votar contra as pessoas receber esse auxilio, sempre brigamos por isso, da outra vez conseguimos a aprovação da mudança de 400 para 600 reais, todos os partidos de oposição votaram dessa forma. Agora porque está no ano eleitoral nó vamos ter que votar contra as pessoas receberem para não beneficiar o Bolsonaro? Eu acho isso uma coisa ridícula e quero manter minha coerência”, justificou em áudio, o parlamentar sul-mato-grossense e vice-líder do PDT no Congresso.

Da bancada sul-mato-grossense, apenas o deputado Fábio Trad (PSD) votou contra a medida. Os deputados Beto Pereira (PSDB) e Vander Loubet (PT), não participaram da votação. Bia Cavassa e Rose Modesto, do PSDB, Loester Trutis e Luiz Ovando, do PSL também votaram a favor da PEC.

Painel de votação dos parlamentares do PDT de todo o Brasil na PEC dos Precatórios (Foto: Reprodução)
Painel de votação dos parlamentares do PDT de todo o Brasil na PEC dos Precatórios (Foto: Reprodução)

Pego de surpresa com a postura de 62% da bancada pedetista no congresso, a favor da proposta, o ex-ministro e pré-candidato pela sigla, Ciro Gomes, anunciou a retirada de sua candidatura à presidência da República pelo PDT.

“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo”, declarou Ciro Gomes em seu twitter.

Aprovada em primeiro turno, o texto da proposta segue para deliberação de destaques e votação em o segundo turno, que pode acontecer ainda esta semana, ou na semana que vem. Onde os parlamentares poderão rever seus posicionamentos. Questionado pela reportagem, parlamentar adiantou via assessoria, que a mudança no voto está sendo debatida com companheiros de sigla e que o voto final irá acompanhar a decisão da bancada.

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