De olho em espaço deixado pelo PT, PDT filia ex-deputado e mais 200
Cerca de 200 novos membros foram filiados ao PDT na noite desta sexta-feira (6), em evento realizado no auditório da Anoreg-MS (Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Entre vários representantes sindicais e comunitários, o maior destaque foi a filiação do ex-deputado federal Antônio Carlos Biffi.
Biffi foi um dos nomes mais fortes do PT, sendo inclusive presidente do diretório regional até este ano, quando o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, venceu as eleições internas para comandar o partido.
A ascensão de grupos políticos dos quais Biffi não faz parte fez também com que ele perdesse força no PT. A insatisfação do político o fez buscar novos ares e encontrar no PDT uma sigla que pode vir a ocupar um espaço de referência na esquerda brasileira, este já considerado uma lacuna deixada pelo declínio do PT.
"Venho para o PDT junto com vários companheiros para ajudar o partido a ser forte e grande", frisa Biffi, que completa. "O PDT vem para ocupar a centro-esquerda, a democracia popular. É um desafio na linha que eu acredito", destaca.
Sobre a saída do PT, o ex-deputado aponta já não ter mais ânimo para seguir lá, sem perspectiva de crescimento pessoal. "Deixei o PT sem nenhum processo, sem nenhum desvio de conduta. Somente segui a risca as normas do partido".
A entrega da ficha de filiação de Biffi foi feita pelos seus três netos, ainda crianças. A intenção do ato foi simbolizar algo que o partido diz acreditar, que é o futuro do país estar nas crianças e, por consequência, na educação - campo que foi explorado por Biffi em sua carreira na política.
Boas vindas - Biffi recebeu as boas vindas de um dos líderes do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira, que confirma a posição do partido em ocupar a lacuna deixada pelo PT, sendo a filiação de Biffi e os demais novos membros uma prova.
Muitos dos novos nomes são ex-petistas e sindicalistas. Entre eles, está o dirigente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha.
Em geral, a visão é que o PDT, diferente do PT, partido deixado para trás, é "ficha limpa" e passa a se tornar a "esperança" de mudanças que um dia o Partido dos Trabalhadores representou.
"O povo perdeu a esperança no PT e o PDT é o partido que pode ressuscitar essa esperança na política de novo. O PDT não teve envolvimento com as coisas que eles [PT] tiveram", comenta Dagoberto.
Ele ainda completa que "o Biffi era o cara certo, mas estava no partido errado. Ele disputou a vaga na Câmara Federal em 2014 comigo e não ganhou porque estava no PT e o povo, agora, quer votar em um partido limpo", dispara.
Já o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, que também esteve presente do evento, destaca o otimismo para 2018. "Por onde ando vejo muitas filiações, muita adesão, principalmente da juventude. O povo não quer uma novidade sem fundamento, e o PDT tem fundamento, tem uma história. Esse vazio a gente vai ocupando", argumenta.