Denunciado por prefeito, vereador é investigado por corrupção
Prefeito João Alfredo (Psol) relatou à polícia que recebeu ameaças de vereador ao negar vantagens em licitação
Depois de receber denúncia do prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo (Psol), a delegacia de Polícia Civil da cidade passou a investigar o presidente da Câmara Municipal, vereador Tiago Gomes de Oliveira (PSDB), conhecido como “Tiago do Zico”. Após seis meses de investigação sigilosa, o inquérito será analisado pelo MPE (Ministério Público Estadual). O prefeito alega que recebeu mensagens do vereador com pedido de vantagem indevida em licitação do transporte escolar.
O inquérito indicia o vereador pela prática de corrupção passiva, advocacia administrativa e por exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal. Além disso, pede a prisão e o afastamento do vereador do cargo.
O prefeito diz ter recebido mensagem em que o vereador pergunta se o administrador da cidade “vai amaciar” para as empresas locais de transporte escolar no processo licitatório da prefeitura.
O prefeito relatou à polícia que respondeu ao vereador que não poderia flexibilizar a licitação, pois as exigências são feitas pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
João Alfredo disse ainda que informou ao vereador que esclareceu sobre a impossibilidade de mudar as regras em reunião diante da esposa do parlamentar. O prefeito alega que ela passou a ser proprietária de uma transportadora, que, a princípio, era do próprio parlamentar, mas foi transferida em janeiro de 2021 para o nome da mulher.
Segundo o prefeito relatou à polícia, o vereador queria que fossem alteradas a exigências com relação ao ano de fabricação dos veículos e também reclamou da licitação proibir que parentes de vereadores participassem da concorrência. A partir daí, o prefeito alega que passou a receber ameaças de que “não teria paz”, entre outras.
O vereador também é suspeito do envio de ofício à prefeitura exigindo informações sobre a licitação, o que pode ser caracterizado como abuso de autoridade com a finalidade de obter vantagem indevida, pois o ofício não teria passado por votação entre os demais vereadores antes de ser enviado.
O Campo Grande News tentou contato com o vereador Tiago para saber seu posicionamento acerca do inquérito, mas as ligações não foram atendidas pelos números da Câmara Municipal disponíveis no site (67) 3238-1470, 3238-3356. Já o celular pessoal do parlamentar encontrava-se desligado.
Por telefone, o prefeito João Alfredo informou que não poderia conversar porque estava em reunião, mas responderá via Whatsapp.
Fica, portanto, aberto espaço para que ambos manifestem suas opiniões e posicionamentos acerca da investigação.