Deputada diz em sessão que está à "disposição" de família de pescador morto
Segundo deputada estadual a família está vivendo um calvário e aguarda que a Justiça seja feita
Visivelmente abalada, a líder do governo na Assembleia Legislativa, deputada estadual Mara Caseira (PSDB), usou a palavra livre durante a sessão desta terça-feira (04), para falar sobre o acidente do último sábado envolvendo o genro, Nivaldo Thiago Filho de Souza que acabou ocasionando a morte Carlos Américo Duarte, 59 anos.
O primeiro sentimento da parlamentar era de querer voltar no tempo para evitar a tragédia. “Venho aqui para me colocar à disposição dessa família , mas dizer que primeiro temos a Justiça divina, o que aconteceu foi um acidente envolvendo pais de família. Ali não tinha ninguém querendo causar prejuízos para ninguém. Ali eram famílias querendo ter momentos de felicidade, que acabou terminando em tragédia”, pontuou.
Mara estava no interior do Estado percorrendo assentamentos para ouvir as demandas dos moradores quando foi comunicada do acidente no rio Miranda, envolvendo o genro, a filha e os netos. “A partir daquele momento nossa vida se transformou em um calvário. Momento de muita tristeza. Quero deixar bem claro que a justiça vai ser feita. Tudo que aconteceu naquele momento vai ser apurado pela justiça com imparcialidade e que seja realmente tirado dali o que aconteceu. Que seja apurado e que quem tiver que pagar, que pague qualquer erro cometido.”
Ela afirmou que os últimos três dias foram difíceis na residência da família e que todos estão consternados. “Não temos como fazer nada para voltar no tempo. Nesses três dias nós passamos em casa e todos estão comovidos e consternados sem saber o que fazer para mudar essa situação. É muita dor. Eu sei que a dor deles é maior que a nossa. Mas nós também estamos sentindo muita dor no coração”, concluiu. Nenhum colega quis comentar e apartear o assunto.
O acidente – Carlos Duarte fazia parte de grupo de 24 pescadores que chegaram à Pousada Beira-Rio, em Miranda, na manhã de sábado . Por volta das 12h, ele saiu com o filho, Caê Duarte, de 33 anos, em barco conduzido por Rosivaldo Barboza de Lima, piloto profissional e funcionário do hotel.
Menos de meia hora após a partida, a embarcação onde estava o trio foi “atropelada” por lancha conduzida por Nivaldo Thiago. Carlão, como era conhecido entre os amigos, foi atingido em cheio pelo barco maior. Levou um golpe no peito, segundo testemunhas.
O condutor da lancha fugiu do local sem prestar os primeiros socorros. Danificado, o barco atingido estava prestes a afundar, mas o representante comercial, o pai e o piloto foram socorridos pelo grupo que chegou ao local minutos após a colisão.
Nivaldo desapareceu, mas após a PM (Polícia Militar) ser chamada e informar outras forças policiais, foi parado em posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-262. O condutor da lancha se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas admitiu aos policiais ter tomado, na manhã de sábado, 4 garrafas de cerveja de 205 ml, conforme registrado em boletim de ocorrência. Testemunhas dizem o contrário, que logo após a colisão, o homem descartou embalagens de bebidas alcoólicas no rio.
O servidor público também não tem habilitação para conduzir embarcações, diferente dos pilotos contratos pelos turistas hospedados na Beira-Rio.
Consta no Portal da Transparência do Governo do Estado que Nivaldo Thiago Filho de Souza exerce cargo comissionado na Segov (Secretaria Estadual de Governo) com salário de R$ 15.888,47. O Campo Grande News apurou que o genro da deputada Mara Caseiro está na função desde 2015. A reportagem também tentou contato com a parlamentar para saber se Nivaldo gostaria de contar a sua versão dos acontecimentos, mas ela não atendeu às ligações. -