Deputados e senadores criticam "situação precária" de índios kaiowás no MS
Os parlamentares da comissão externa que acompanha as denúncias de violência contra indígenas guarani-kaiowá em Iguatemi criticaram as condições de vida da comunidade na cidade.
Conforme os deputados federais e senadores que compõe a comissão, 150 índios vivem em uma área de 2 hectares, sem atendimento de saúde e sem frequentar escolas.
Eles ainda encontram dificuldades em receber os alimentos enviados pela Funai, por causa das limitações de acesso impostas pelo proprietário da região.
“Em pleno século XXI, seres humanos sendo tratados como bichos, animais”, alertou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Sarney Filho (PV-MA).
Já o senador João Capiberibe (PSB-AP) qualificou como “chocante” a situação dos índios. “Fico constrangidíssimo com essa situação. Os índios, que um dia foram donos desta terra, vivem hoje em situação precária”, declarou.
Para tentar ajudar a resolver o problema, os deputados pediram melhorias imediatas ao grupo, como o acesso da Funai à área, além da instalação de um veículo para transporte dos índios.
Mas a solução definitiva para o caso, segundo o grupo que visitou a comunidade, envolve a demarcação definitiva da área e a indenização do proprietário. Deputados e senadores tentam aprovar uma emenda ao Orçamento de 2013 com esse objetivo.
Fazendeiros - Os fazendeiros da região alegam que as dificuldades por que passam os indígenas hoje se deve à decisão de invadir terras privadas.
“Os indígenas vivem nessa situação porque saíram de uma área demarcada e vão para a invasão sofrer essa falta de estrutura”, disse a produtora rural Luana Ruiz aos parlamentares que visitaram Iguatemi.
O argumento, porém, não é válido, de acordo com a deputada Érika Kokay (PT-DF), que faz parte da comissão. “Muitos fazendeiros realmente encontram-se no local de boa fé. No entanto, nada justifica a situação de confinamento em que se encontram os índios hoje. Eles têm de permitir o acesso das políticas públicas às comunidades”.
(Com informação da Agência Câmara)