Estreantes falam em fiscalizar e já tem vereador novo com projeto de lei pronto
Câmara recebe hoje os 29 eleitos, mas trabalho será iniciado em 17 de fevereiro
Com 15 dos 29 vereadores novos na Câmara Municipal, a renovação trará uma gama de assuntos que foram alvo de promessas de campanha. Espalhar a prosperidade para além dos condomínios, debater a segurança pública, o aquecimento global, melhorar serviços da assistência social, incluir pautas da diversidade, muitos foram os temas apresentados pelos vereadores estreantes esta tarde (1º), antes da solenidade de posse, realizada no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo.
Mais jovem entre os empossados, Jean Ferreira (PT), promete levar à Câmara Municipal um projeto para atender a comunidade LGBTQIAPN+, com uma casa para acolher pessoas que precisem de cuidados do serviço público. “A gente quer lutar pela Casa de Acolhimento LGBTQIAPN+, em que nós já conseguimos um imóvel doado pela Superintendência do Patrimônio da União. Nós também queremos lutar por uma Policlínica LGBTQIAPN+, especializada nesse público, porque infelizmente é negado o direito à saúde.” Segundo disse, transsexuais, transmasculinas e transfemininas, precisam de atenção especial.
Ferreira reafirmou tema que também debateu durante a campanha, as mudanças climáticas e também o combate à fome. Ele disse acreditar que a Capital “pode ser a primeira a sair do mapa da fome. A gente tem capacidade para isso, a gente tem terra para isso, a gente tem vocação para isso, então a gente precisa começar a trazer políticas públicas, seja de criação de fundo municipal de combate à fome, seja de fortalecimento das hortas urbanas nas escolas, enfim, fortalecendo a agricultura familiar.”
Flávio Cabo Almi, do PSDB, disse que terá foco no papel de fiscalizar a atuação do Poder Executivo e também se dedicar ao tema da segurança pública, a exemplo do pai, deputado Cabo Almi, que começou como vereador e morreu de covid-19 durante a pandemia. “Não é se opor à prefeitura, mas tudo que aquilo que for ao encontro do povo voto a favor e tudo que aquilo que não for de encontro, a gente vai se opor. Você pode ter certeza que a gente vai ser um político lá dentro que vai ser do lado do povo.”
Wilton Candelório, o Leinha (Avante) apontou sua atuação na área social e os cargos que ocupou no Executivo, por último em um CRAS, para apontar que terá um trabalho focado nas pessoas mais vulneráveis. “Eu quero trabalhar muito na parte de assistência social, como também com os jovens, fazer a qualificação, inserção deles no mercado de trabalho e outras demandas para a população de Campo Grande".
Fábio Rocha (União) também é novato na política. Ele se notabilizou por participar de um projeto social e diz que seu trabalho seguirá em defesa de pessoas que precisam de atenção do poder público. “Já tenho um projeto voltado para área da saúde”, disse, apontando que a iniciativa deverá ser apresentada e divulgada quando o ano legislativo começar.
Espalhar prosperidade – Maicon Nogueira (PP) que deixou a Secretaria da Juventude do Município para disputar a eleição, disse que terá compromisso com a transparência e também com os jovens, citando a preocupação de que autistas cheguem à idade de ingressar no mercado de trabalho sem terem tido acesso a uma qualificação especial.
O foco nos adolescentes inclui ensinar educação financeira nas escolas, abrir as unidades aos finais de semana para a comunidade aproveitar o espaço. Ele fala em espalhar a prosperidade, acreditando que a Rota Bioceânica trará muitas oportunidades. “Penso que nós vivemos numa cidade muito próspera, mas essa prosperidade não pode mais ser concentrada em alguns condomínios.”
Nogueira ainda expressou preocupação com os endividados. “Não é normal morar numa cidade onde a metade dos jovens não sabem fazer uma redação, onde 70% das pessoas vivem com nome no SPC ou Serasa. Acho que nós precisamos de uma geração de novos políticos que se atentem a dados que são urgentes, mas ainda não se tem uma política pública clara pra isso”.
O petista Landmark Ferreira Rios apontou que ouviu demandas da comunidade por oito meses e elencou algumas prioridades, como áreas de infraestrutura, habitação, transporte coletivo, saúde, agricultura familiar. “Hoje nós temos uma Campo Grande que passa de 3 mil pessoas em situação de rua. Hoje nós temos Campo Grande que com deficit habitacional de mais de 40 mil habitação”, especificou.
Wilson Lands, do Avante, também destacou o foco em infraestrutura, em especial para bairros afastados, citando a chegada do asfalto. “Eu sou da periferia, vou dar um exemplo do bairro que eu moro, o Los Angeles. Então a gente precisa ir junto com o Executivo, ajudar a destravar essas obras para que também ela alcance o maior número de pessoas possíveis.” Ele ainda defenderá orçamento próprio para o esporte no ambiente escolar.
Ana Portela (PL) disse que fiscalizará a aplicação de recursos públicos e terá foco em algumas pautas econômicas. “A gente vai montar projetos voltados pra isso, pra gente poder realmente gerar renda, realmente facilitar a vida do empresário, ajudar os jovens no mercado de trabalho, é isso que a gente vai fazer.”
Recomeço – Veterano, o ex-prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PDT), viverá um recomeço ao voltar ao legislativo municipal, onde começou na carreira política. Na posse, esta tarde, disse que terá uma posição de fiscal, apontando erros, “advertindo, orientando, sugestionando aqueles pontos que devem nortear para uma cidade bem melhor”, mas apoiando as decisões corretas.
Ele se tornou adversário da prefeita Adriane Lopes, que era sua vice e assumiu quando ele se desligou, ambos trocaram farpas durante a campanha eleitoral, mas hoje Trad disse que a relação será de respeito, “aplaudindo a hora que tiver que aplaudir e tentar corrigir, mostrar os erros a hora que tiver que mostrar.”
O ex-prefeito apontou que pode defender uma vaga na Comissão de Constituição e Justiça, uma vez que é advogado.
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