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Política

Ex-presidente da OAB vê “ditador” em Júlio e admite ir à Justiça se preciso

Josemil Arruda e Kleber Clajus | 07/04/2014 14:37
Carlos Marques não admite permanência de Júlio Cesar à frente da OAB-MS (Foto: arquivo)
Carlos Marques não admite permanência de Júlio Cesar à frente da OAB-MS (Foto: arquivo)

O advogado Carlos Marques , ex-presidente e um dos 81 conselheiros e dirigentes que renunciaram aos cargos na seccional sul-mato-grossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), chamou o atual presidente da entidade, Júlio Cesar Souza Rodrigues, de “ditador” e dá a entender que pode entrar na Justiça caso o Conselho Federal da entidade não promova a intervenção e convoque nova eleição geral, na reunião desta segunda-feira (7), em Brasília.

“Sustentamos que a eleição seja geral, pois ela sempre é por chapa e completa. Daí tiramos o Júlio César da OAB. Se conselho decidir pela eleição parcial vemos uma anomalia absurda”, afirmou Carlos Marques, que renunciou ao cargo de conselheiro federal no dia 28 de março, como forma de pressão para que ocorresse a intervenção e saída de Júlio Cesar.

Na sequência, Carlos Marques admitiu que o caminho poderá ser o judicial, caso a OAB nacional não promova as mudanças exigidas pela maioria das lideranças dos advogados de Mato Grosso do Sul. “Sempre fomos contra a judicialização da OAB, mas estamos desde outubro sofrendo com este presidente”, avisou.

O ex-conselheiro federal da OAB foi para Brasília acompanhar o caso de Júlio Cesar e conversar com os conselheiros. Um grupo de 20 colegas ligados ao seu grupo também estão na Capital federal, além de advogados da oposição e os ligados a Júlio Cesar. A sessão de julgamento do pedido de intervenção deve ser longa e o estatuto deve ser muito discutido, uma vez que não diz o que pode ser feito em caso de renúncia de 80% do quadro da seccional, como ocorreu na OAB-MS. “Eles terão que suprir a lacuna da lei e decidir. Acredito que isso vai gerar muito debate”, disse Marques.

Ditador – Para Carlos Marques, o atual presidente da OAB-MS superou todos os limites ao promover a nomeação de diretores biônicos para tentar sair do isolamento. “Ele virou um ditador na OAB. Não reuniu conselho, estimulou pancadaria no conselho, ignorou todos os outros órgãos dentro da Ordem”, afirmou o advogado.

Marques lamenta, que apesar de todas as ações promovidas Júlio Cesar teime em continuar presidindo a OAB-MS. “Renunciamos e não conseguimos tirá-lo nem assim. Não podemos deixar para as futuras gerações de advogados achem que tudo pode. Se o presidente faz isso tudo e permanece, realmente perdemos a noção da ética, da moral”, avaliou.

Considera que a Ordem precisa se guiar pelos posicionamentos que já teve no País. “A OAB federal conseguiu fazer impeachment de um presidente da República, o Fernando Collor, e não pode fazê-lo em uma seccional onde ninguém mais quer, não admite e não respeita [o presidente]?”, indagou.

Outro advogado que já está em Brasília, Carlos Magno Couto, teme o afastamento de Júlio Cesar. "Isso é um golpe institucional. É nova modalidade de golpe ", opinou.

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