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Política

Fora do governo, diz delator, Zeca buscou pessoalmente R$ 2 milhões da JBS

Segundo o delator, R$ 1 milhão teria sido pago por doação oficial e outros R$ 2 milhões pagos em mãos

Lucas Junot | 19/05/2017 18:06
Deputado federal e ex-governador do Estado, Zeca do PT (Foto: Agência Câmara)
Deputado federal e ex-governador do Estado, Zeca do PT (Foto: Agência Câmara)

Quatro anos depois de deixar o cargo, o deputado federal Zeca do PT teria se beneficiado do esquema criado por ele quando era governador do Estado.

Em delação premiada no dia quatro de maio, o dono da JBS, Wesley Batista, diz que o petista recebeu R$ 3 milhões do esquema de concessão de benefícios fiscais para redução de alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em Mato Grosso do Sul. Do total, segundo o delator, R$ 1 milhão foi repassado em doação oficial e R$ 2 milhões em mãos.

O esquema teria começado a ser operacionalizado por volta do ano 2000, na gestão do então governador Zeca do PT e seguiu por mais de 15 anos, atravessando dois mandatos do ex-governador André Puccinelli (PMDB), até 2015, já na administração de Reinaldo Azambuja, segundo o depoimento.

De acordo com o dono da JBS, em 2003 foi acertado 20% do [valor do] benefício de redução de ICMS, em contrapartida ao pagamento de propina”, explica.

Wesley narra ainda que, embora os incentivos sejam legais, a concessão deles era condicionada ao pagamento de propina. “Vários [incentivos] são legítimos. O investimento era legítimo, mas você só conseguia o termo de acordo se você pagasse. Se não pagasse não conseguia”, declarou.

Em nota, o agora deputado federal Zeca do PT disse que nunca pediu e nem tomou conhecimento de que alguém tenha pedido propina ao referido grupo em seu nome ou em nome do seu governo.

Veja abaixo a nota na íntegra:

O deputado Zeca do PT não tem o menor temor da alardeada delação dos executivos do grupo JBS, já que na condição de ex-governador do Estado, nunca pediu e nem tomou conhecimento de que alguém tenha pedido propina ao referido grupo em seu nome ou em nome do seu governo.
Resta desafiado que seja apresentado qualquer prova ou indício do fato aludido na referida delação.

O Deputado Zeca do PT confia que o poder judiciário ao final da apuração saberá distinguir as verdadeiras imputações daquelas que tem um único propósito: Obter benefício com uso indevido da delação premiada.

Deputado Federal Zeca do PT

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