Gaeco não entrega celular a vereador Otávio Trad e advogado reclama ao TJ
Ao contrário do que havia sido informado, o vereador Otávio Trad (PT do B) não teve o celular liberado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O órgão, vinculado ao MPE (Ministério Público Estadual), também não entregou o laudo da perícia feita no aparelho pelo IC (Instituto de Criminalística). Isso levou o advogado André Borges a formalizar junto ao desembargador do caso, Luiz Claudio Bonassini da Silva, uma reclamação contra o Grupo.
Na segunda-feira, conforme disse o advogado André Borges, uma servidora do Gaeco ligou avisando-o para ir buscar nesta quarta-feira o que ele havia solicitado em nome do vereador, ou seja, o celular apreendido com o chip, o laudo da perícia e cópia dos depoimentos em que Otávio Trad fora citado pelos depoentes. “Só me entregaram parte do inquérito”, afirmou o advogado. Ele classificou a decisão do Gaeco como “atitude estranha e contrária aos interesses legítimos da defesa”.
O Gaeco confirma que a assessora do promotor Marcos Alex Vera de Oliveira ligou para o advogado na segunda-feira, mas afirma que ele teria se equivocado na interpretação da ligação. A assessora teria ligado para que ele fosse pegar o despacho do promotor ao pedido e também para levar de volta os extratos da movimentação bancária do vereador, que André Borges entregou pedindo que fosse anexado ao procedimento investigatório 18/2015, da Operação Coffee Break.
Segundo André Borges, o Gaeco informou que o laudo da perícia será entregue ao desembargador do caso e o celular será devolvido antes do prazo somente por meio de decisão judicial. Segundo o Gaeco, no caso do celular ele faz parte do procedimento investigatório, por isso será entregue somente após a conclusão do inquérito. A justificativa é de que esse tipo de procedimento é normal, diante da possibilidade de ter que se fazer a contraprova, em caso de contestação do laudo pericial.
De acordo com o advogado do vereador Otávio Trad, os dados bancários foram entregues ao Gaeco para que possa ser constatado que toda a movimentação nas contas são justificadas. Medida considerada importante pela defesa, já que o órgão do MPE investiga compra de vereadores para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em março do ano passado. Segundo André Borges, são cerca de 300 páginas de documentos. Sobre isso, a alegação do Gaeco é que o procedimento investigatório já tem quase 2 mil páginas e se cada investigado for anexar documentos, só haveria aumento no volume de páginas sem necessidade.