Gaeco pede afastamento de vereadores que tentaram enganar investigação
Pelo mesmo motivo que levou o prefeito afastado Gilmar Olarte a não conseguir o Habeas Corpus quando foi preso no mês passado, os vereadores Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB) e Edson Shimabukuro (PTB), correm o risco de serem afastados. No caso de Olarte, ele entregou o celular sem o chip e bloqueado. Já os aparelhos entregues pelos parlamentares não eram o de uso pessoal, e o Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado) entendeu como uma manobra para atrapalhar as investigações.
No despacho ao pedido de afastamento feito pelo Gaeco, o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva deu prazo de cinco dias para que os vereadores Carlão e Shimabukuro se manifestem sobre a acusação de tentativa de enganar o órgão do MPE (Ministério Público Estadual) responsável pela Operação Coffee Break, que investiga esquema de compra de vereadores mediante liberação de dinheiro e cargos na Prefeitura, para a aprovação da cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). O Gaeco requereu também que ambos fiquem impedidos judicialmente de entrarem e frequentarem o prédio da Câmara de Vereadores, mesmo pedido feito no caso de Mário César (PMDB), afastado das suas funções públicas desde a Operação Coffee Break, em 25 de agosto deste ano.
Os dois foram conduzidos coercitivamente à sede do Gaeco no dia da Operação Coffee Break e naquela ocasião entregaram os celulares periciados. O problema é que, mesmo passado tanto tempo Carlão e Shimabukuro não retornaram para entregar os aparelhos de uso pessoal. O Gaeco só descobriu a artimanha quando recebeu o laudo da perícia feita pelo IC (Instituto de Criminalística). O que foi entregue pelo vereador do PTB era da esposa e o do parlamentar do PSB, de terceiro.
Otávio Trad – No mesmo despacho o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva se manifesta sobre o pedido feito pelo advogado André Borges, para a liberação do celular do vereador Otávio Trad (PT do B) e o laudo da perícia. Outro pedido atendido pela Justiça é a anexação das 300 páginas de informações sobre a movimentação bancária do vereador no período investigado pelo Gaeco.
O órgão do MPE havia rejeitado os documentos e devolvido ao advogado, que protocolou reclamação ao desembargador. Em seu despacho, Bonassini diz: “Considerando que, efetivamente, o aparelho celular do mesmo, com o respectivo chip, já foram devidamente periciados, não há necessidade de permanecerem à disposição deste juízo, de forma que autorizo a devolução, mediante certidão nos autos”. O advogado André Borges disse que espera receber nesta quarta-feira o material solicitado.