Garoa espanta eleitores nas primeiras horas de votação em Miranda
Município da região oeste de Mato Grosso do Sul escolhe novo prefeito para mandato "tampão"
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Os primeiros momentos de votação para escolha do prefeito que irá completar o mandato 2017-2020 em Miranda, neste domingo (6), foram marcados pela garoa que cobre a cidade, localizada na região oeste do Estado. Nenhuma alteração ou crime eleitoral foram registrados passadas três horas da abertura das sessões eleitorais.
De acordo com o tenente Marcos Masaaqui, comandante do 2º Pelotão da Polícia Militar em Miranda, a movimentação nos 22 locais de votação do município foi tímida até a metade desta manhã.
Segundo ele, uma chuva fina persiste e ajuda a espantar a maioria dos 18 mil eleitores cadastrados. A PM faz rondas ostensivas pelas sessões de Miranda, das quais 7 ficam em aldeias indígenas e 4 na zona rural.
A delegacia de Polícia Civil da cidade não registrou crimes eleitorais nesta manhã.
Policiais federais foram destacados de Campo Grande para acompanhar o pleito. Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) também trabalham nas eleições neste domingo.
A reportagem procurou o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
Candidatos – Os eleitores de Miranda têm três opções nas urnas. Edson Moraes (Patriota), presidente da Câmara e atual prefeito interino, tem como vice o também vereador Ronaldo Lisboa (PDT) e encabeça a coligação Juntos por Miranda (PTB, PT e PSB integram a chapa).
O Solidariedade lançou a candidatura do vereador Giorgio Bruno Maia Cordella, com Daniel Rodrigues Benites Filho como vice.
Pelo PV, disputam o Executivo José Lopes dos Santos Sobrinho como candidato a prefeito, acompanhado pelo vice Cornélio da Costa e Souza Neto.
Histórico – A disputa eleitoral é resultado da cassação da prefeita e vice eleitos em 2016. Marlene Bossay (MDB) e Antônio Rojo (PTB) perderam os mandatos por decisão do TRE-MS, sob alegação de trocarem votos por cestas básicas e combustíveis. A acusação rendeu também a perda do mandato do vereador Ivan Bossay (MDB), filho da ex-prefeita.
Os três foram acusados de oferecer cestas básicas e vales-combustível a moradores – Alexandre Bossay, filho da prefeita afastada e irmão de Ivan, teria ido à aldeia Lalima em 26 de setembro de 2016 entregar cestas básicas a uma moradora em troca de votos. Cinco dias antes, uma operação policial aprendeu vales-combustível em um posto da cidade. Os tíquetes seriam distribuídos entre eleitores.
A denúncia chegou à Justiça em 7 de dezembro de 2016 e, em abril de 2018, foi julgada procedente em primeira instância. O prefeito a ser eleito interinamente exercerá mandato tampão inferior a 14 meses – em 2020 haverá eleições municipais em todo o país.