Após TRE derrubar chapa, 3 candidatos disputam prefeitura no domingo
Juiz rejeitou pedido para substituir vice em coligação do DEM; disputa em Miranda deve mobilizar 18 mil eleitores
Os pouco mais de 18 mil eleitores cadastrados de Miranda –a 201 km de Campo Grande– têm neste domingo (6) um encontro com as urnas, para a escolha do prefeito que irá completar o mandato de 2017 a 2020. Na véspera, chegarão ao fim os 30 dias de campanha eleitoral autorizada para a eleição suplementar, marcada pela rapidez e troca de acusações entre candidatos, bem como por decisão da Justiça Eleitoral que, das quatro chapas inscritas para a disputa, manteve apenas três no páreo.
Na última semana antes da votação, a coligação Renovação, Trabalho e Competência, dos vereadores e candidatos Valter Ferreira de Oliveira (DEM) e Elange Ribeiro (PSD), viu o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) invalidar seu registro parcial. O problema apontado foi com Elange, que concorria a vice e no início do ano deixou o PRP, recém-absorvido pelo Patriota, e se filiou ao PSD. Porém, a oficialização da troca partidária perante a Justiça ocorreu apenas em 21 de agosto, e não há seis meses da data de votação, como manda a lei.
Provas que tentavam comprovar que o novo endereço partidário foi escolhido dentro do prazo foram descartadas pelo tribunal. Sem saída, a chapa tentou trocar o vice, mas nesta sexta-feira (4) o juiz Alexsandro Motta, da 15ª Vara Eleitoral, negou o pedido de substituição da vereadora por Paulo Rateiro, alegando justamente a manifestação o TRE contrária à manutenção da chapa –emitida em 1º de outubro apontando que a troca de candidatos só poderia ocorrer até 16 de setembro, prazo também previsto na Legislação.
Os dados do nome do DEM e da vice constarão na urna eletrônica, porém, conforme o cartório eleitoral de Miranda, votos direcionados à chapa serão considerados nulos.
Sem a coligação encabeçada por Valter (que reunira também o MDB e o PSC), permaneceram na disputa três candidatos. Edson Moraes (Patri), presidente da Câmara e atual prefeito interino, tem como vice o também vereador Ronaldo Lisboa (PDT) e encabeça a coligação Juntos por Miranda (PTB, PT e PSB integram a chapa).
O Solidariedade lançou a candidatura do vereador Giorgio Bruno Maia Cordella, tendo como vice Daniel Rodrigues Benites Filho.
Pelo PV, disputam o Executivo José Lopes dos Santos Sobrinho como candidato a prefeito e Cornélio da Costa e Souza Neto como vice.
Campanha – A disputa no município, embora curta, acabou abalada ante acusações de troca de combustíveis por fotos, que vieram à tona também nos últimos dias da campanha, balizadas em gravações de candidatos. Até o momento, porém, não foram anunciadas medidas do Judiciário diante das acusações.
A campanha eleitoral no município teve teto de gastos de R$ 422 mil por candidato, o mesmo valor usado na corrida eleitoral de 2016 e que representaria uma despesa de R$ 14 mil por dia de campanha. O mandato do vencedor termina em 31 de dezembro de 2020, isto é, o candidato eleito neste domingo terá pouco menos de 13 meses de mandato. A votação ocorrerá ao longo de domingo e a totalização de votos, via sistema eletrônico, ocorrerá no mesmo dia, prometendo um resultado rápido.
A disputa eleitoral é resultado da cassação da prefeita e vice eleitos em 2016. Marlene Bossay (MDB) e Antônio Rojo (PTB) perderam os mandatos por decisão do TRE, sob acusação de trocarem votos por cestas básicas e combustíveis. A acusação rendeu também a perda do mandato do vereador Ivan Bossay (MDB), filho da ex-prefeita e que, recentemente, tiveram recursos negados pelo tribunal.