Prefeito interino é acusado de compra de votos em eleição suplementar
Chapa do presidente da Câmara Edson Moraes é acusada pelos 3 adversários de oferecer R$ 40 por semana em combustíveis a eleitores
Três das chapas que disputam a eleição para o Paço Municipal de Miranda –a 201 km de Campo Grande– se uniram para denunciar a campanha do atual prefeito interino, o presidente da Câmara Municipal Edson Moraes (Patri), por compra de votos. A acusação, apresentada na sexta-feira (30) ao juiz Alexandro Motta, da 15ª Vara, é baseada na suspeita de que a chapa do patriota ofereceu R$ 40 por semana em combustíveis para eleitores adesivarem seus veículos.
Uma gravação usada na denúncia, que circula em redes sociais e chegou ao Campo Grande News, passa-se nas ruas e em um espaço identificado como comitê de campanha de Moraes. Um funcionário de seu gabinete também estaria no local em momento no qual deveria estar cumprindo expediente no Paço Municipal, aponta o material, em raros momentos mostra os rostos de envolvidos.
Durante a conversa, o acordo de que cada adesivo em veículo garantiria R$ 40 semanais em gasolina é citado mais de uma vez –ao final, a pessoa que efetua a gravação pergunta a outra, que cola o adesivo em um automóvel, se deveria toda a semana passar no comitê, ouvindo uma resposta afirmativa.
A denúncia foi apresentada na sexta-feira pela coligação Juntos por Miranda, Valter Ferreira de Oliveira (DEM) e sua vice, Elange Ribiero (PSD), e pelas chapas do Solidariedade, que têm Giorgio Bruno Maia Cordella como candidato a prefeito e Daniel Rodrigues Benites Filho como vice; e do PV, encabeçada por José Lopes do Santos Sobrinho e tendo Cornélio da Costa e Souza Neto como vice.
“Pelas informações passadas até aqui, temos os fatos como verdadeiros. Além dessa denúncia, foram acrescentados mais três vídeos e as testemunhas, que prestaram depoimento, confirmaram a acusação”, afirma o advogado Osório Caetano de Oliveira, que representa as três chapas na apresentação eleitoral. “Os candidatos assinaram juntos reclamando da captação ilícita de sufrágio”, prosseguiu.
À espera – A defesa do candidato Edson Moraes informou que até o momento não teve acesso à denúncia dos demais candidatos, aguardando a notificação oficial do Judiciário para se posicionarem de forma adequada.
Ré em ação por compra de voto, a chapa de Moraes também é autora de pedido que, até aqui, resultou na impugnação da candidatura da vereadora Elange Ribeiro à vice de Valter de Oliveira. Em primeira instância, o juiz Motta alegou que a candidata não tinha o tempo mínimo de seis meses de filiação no PSD para figurar como candidata.
Os advogados de Valter e Elange recorreram ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), onde o caso foi distribuído ao desembargador Divoncir Maran.
O parecer da Procuradoria Regional Eleitoral aponta que toda a chapa deve ser invalidada, alegando que a manutenção do cabeça de chapa só poderia ser realizada em caso de deferimento prévio de toda a chapa, o que não ocorreu, ou se do deferimento ocorresse no prazo limite para substituição de nomes –que terminou em 16 de setembro.
Confira abaixo vídeo distribuído em redes sociais: