Grupo vê Bernal como “ficha suja”, rejeita seu comando e boicota reunião
Nesta manhã de sexta-feira, 15 pré-candidatos do Partido Progressista (PP) às eleições deste ano decidiram boicotar a reunião convocada pelo presidente regional da legenda, ex-prefeito Alcides Bernal, para 16 horas na sede partidária, à Rua 14 de Julho, 1817, sexto andar. “Não vamos participar da reunião porque não reconhecemos mais o Alcides como presidente”, informou Cézar Afonso, ex-secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico e um dos pré-candidatos a deputado federal do PP.
Embora os três pré-candidatos a deputado federal e 12 a deputado estadual do PP tenham resolvido boicotar, um advogado vai representá-lo na reunião das 16 horas. “Vamos mandar o advogado Raimundo Moreira”, revelou César Afonso, que é o político que o prefeito Gilmar Olarte quer na presidência regional do PP no lugar de Bernal.
Para César Afonso, em razão de ter sido cassado no dia 12 de março e perdido os direitos políticos, Bernal não pode mais ser continuar na presidência estadual do PP. “A lei é clara. Nenhuma pessoa com ficha suja pode estar a frente de partido. Até se prove em contrário, o Alcides é ficha suja”, argumentou ele. “Além disso, está sendo processado por crime licitatório pelo Ministério Público”, acrescentou.
O assunto, porém, é polêmico. No dia seguinte à cassação de Bernal, os advogados Valeriano Fontoura e Fernando Pinéis, que é procurador da Câmara de Campo Grande, consideraram que “não afeta a filiação partidária” a suspensão dos direitos políticos de Bernal por oito anos, havendo possibilidade dele continuar presidindo o PP.
Questionado se vai ingressar na Justiça para tentar tirar Bernal da presidência, alegando que ele é “ficha suja”, César Afonso respondeu: “Não vamos mexer com isso. Vamos deixar por conta do presidente da nacional do partido”.
Indagado, então, sobre como está a discussão com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, para mudança do comando estadual do partido em Mato Grosso do Sul, o ex-secretário declarou: “Já conversamos e estamos esperado. O presidente tem o momento dele”.