Indicação de Teruel à Funasa é recebida como bofetada pelo PMDB
Mudança na Funasa pode provocar racha entre o partido e a presidenta Dilma Rousseff
O PMDB de Mato Grosso do Sul já está se mobilizando para dar uma resposta à presidenta Dilma Rousseff (PT) em protesto à nomeação de Pedro Teruel (PT) na Superintendência Estadual da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O cargo era ocupado por Flávio Britto, indicado pela bancada federal do PMDB e ligado ao deputado Geraldo Resende (PMDB), de quem foi coordenador de campanha na eleição passada. Para o deputado, que é coordenador da bancada federal, a indicação pode ser comparada à uma "bofetada".
“Este acordo foi rompido, unilateralmente pelo Dr. Gilson (Gilson de Carvalho Queiroz, presidente nacional da Funasa), em um momento onde está todo mundo em recesso. É uma espécie de bofetada no PMDB nacional e do Mato Grosso do Sul, que tem quatro votos na Câmara Federal e um no Senado”.
Geraldo Resende revela que ficou sabendo da exoneração de Flávio Britto na noite de ontem (19) e imediatamente entrou em contato com lideranças do PMDB, relatando o fato. O senador Waldemir Moka (PMDB) também entrou em contato com lideranças do PMDB e relatou o caso ao líder do partido no Senado, Renan Calheiros.
Resende alega que já sabia que havia uma “conspiração” contra Britto, mas recebeu a garantia de que não haveria a exoneração. “Acredito que haverá uma resposta. Vamos dar uma resposta dura. Se entende que a bancada de MS não é importante neste processo, vamos dar resposta”.
O PT e o PMDB fizeram um acordo de permanência dos superintendentes regionais quando Gilson de Carvalho Queiroz assumiu a presidência nacional da Funasa. Ao indicar Gilson, a presidenta se comprometeu a manter os superintendentes estaduais do PMDB, o que foi rompido hoje com a indicação de Teruel. Resende acredita que o caso terá repercussão, tendo em vista que devem ocorrer mudanças na Funasa em outros estados.
Pedro Teruel vai comandar a distribuição de R$ 70 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento 2, da Fundação Nacional de Saúde (PAC2/Funasa), destinado a 28 municípios do Estado. O objetivo é promover melhorias no sistema de saneamento básico. Outros 18 municípios receberão cerca de R$ 64,2 milhões para implementação das redes de água e esgoto.