Indicada por unanimidade, Tânia Garib decidiu aceitar vice a caminho do MDB
Ex-secretária afirma que havia decidido pela aposentadoria política, mas insistência do partido e aliados ajudou a mudar de decisão
Apoiada por unanimidade entre os emedebistas que participaram da escolha da candidata a vice na chapa a ser encabeçada por Junior Mochi, Tânia Garib admitiu que a decisão sobre aceitar ou não o convite foi tomada cinco minutos antes de chegar à sede do Diretório Regional do MDB. Ex-secretária de Assistência Social na gestão de André Puccinelli, ela afirma que já havia decidido se aposentar da política, quando foi chamada para disputar a eleição.
A definição ocorreu poucas horas antes do prazo limite para registro de candidaturas, às 18h desta quarta-feira (15). Integrantes do MDB admitiram que o trabalho de convencer Tânia a disputar a eleição não foi fácil. “Já tinha a convicção da minha aposentadoria política, estava fazendo outros planos para a vida, quando o Mochi ligou ontem”, afirmou a candidata a vice.
Ao candidato ao governo e presidente da Assembleia Legislativa, Tânia Garib disse não ser o momento de participar de um projeto eleitoral. “Foi o que fiz durante toda a vida, achava que era o momento de dar lugar à juventude”, afirmou. Contudo, ela disse ter recebido várias ligações sobre o projeto “e até cinco minutos antes de chegar (à sede do MDB, na avenida Mato Grosso) pensava em dizer ‘não’”.
Na família, prosseguiu a ex-secretária, também houve várias manifestações para que não encampasse o projeto. Porém, um de seus irmãos lhe perguntou “o que teria a perder. Isso me fez pensar, pois foi o mesmo que minha mãe falou em 1992”, afirmou.
Emocionados – Tânia chegou à sede do MDB-MS dizendo estar “à disposição” dos filiados. “Podemos caminhar de braços dados”, disse, emocionada.
Junior Mochi disse que o pedido de registro de candidatura com a chapa majoritária já foi enviado à Justiça Eleitoral. “Estávamos preocupados com o tempo”, justificou. Mesmo assim, estava prevista a realização do registro na sede do Tribunal Regional Eleitoral.
O deputado disse que a escolha da vice teve unanimidade no Diretório Regional do MDB e entre os partidos que seguem aliados. “Justamente por isso teve empenho, insistência, para que ela aceitasse”, afirmou. Ainda conforme Mochi, o entendimento em torno da chapa majoritária preserva “todo o processo construído pelo André” –a coligação costurada pelo ex-governador e repassada primeiro à senadora Simone Tebet e, agora, ao novo candidato, sofreu baixas do PMN, Patriota e Avante, que optaram pelo PSDB de Reinaldo Azambuja.
Mochi repetiu que o partido ainda esperava uma decisão favorável da Justiça pela liberdade de André Puccinelli –preso em 20 de julho no prosseguimento de investigações da Lama Asfáltica–, primeiro indicado do grupo para concorrer ao Executivo. Sem essa possibilidade, e com a desistência de Simone, ele decidiu aceitar a candidatura.
A definição da chapa ocorreu em meio ao impasse também com o PSC. Então candidato ao Senado e, depois, ao governo, o procurador de Justiça Sérgio Harfouche havia sido indicado para a vice de Simone. Com a desistência da senadora, chegou a ser apontado como nome do MDB para a disputa do Executivo –com a demora na decisão e a posterior indicação de Mochi, anunciou que o acordo com os emedebistas estava desfeito e concorreria, de fato, ao cargo de senador.