Investigado pelo Gaeco, Mario Cesar abre sigilos bancário e fiscal
Investigado na operação Coffee Break e afastado da presidência da Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Mario Cesar Oliveira da Fonseca (PMDB) autorizou, voluntariamente, que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), tenha acesso a seus dados bancários e fiscais.
Mario Cesar foi detido no dia 25 de agosto durante operação que apura compra de votos para cassação do mandato de Alcides Bernal (PP), ocorrida em março do ano passado.
Gravações da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal) em 9 de julho, apontam que empresários, descontentes com a gestão do então prefeito, “patrocinaram” a cassação. No depoimento, Mário Cesar nega favorecimento e afirma que votou conforme sua convicção.
A lista de vereadores alvos da investigação é composta por: Mario Cesar (PMDB); Edil Albuquerque (PMDB); Airton Saraiva (DEM); Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate; Gilmar da Cruz (PRB); Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão; Edson Shimabukuro (PTB) e Paulo Siufi (PMDB). Além de Jamal Salem (PR), que ainda era secretário municipal de Saúde.
O empresários investigados são João Amorim, Fábio Portela Machinsky e João Roberto Baird. Sem saber que estava com as conversas telefônicas monitoradas pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal, Amorim articula e acompanha todo o processo de cassação à distância. E, de acordo com as interceptações, assim que a sessão é encerrada, ele recebe inúmeras ligações parabenizando-o pela vitória. Bernal foi cassado por 23 votos a 6.
João Baird é dono da Itel Informática, sócia da Kamerof Participações, cuja uma das sócias é Elza Cristina Araújo dos Santos, funcionária e braço direito de João Amorim. Em abril do ano passado, Fábio Portela Machinsky foi nomeado em cargo de comissão de Gerente da Gerência de Administração e Finanças na prefeitura de Campo Grande. Nas gravações, ele aparece como intermediador. A senha para pagamento da propina era tomar cafezinho.