Juiz ordena buscas em nova “central de fake news” contra Reinaldo
Ação ocorre seis dias depois de outro endereço ser visitado diante de acusação semelhante, onde computadores foram apreendidos
O juiz Paulo Alberto de Oliveira, da 8ª Vara Cível de Campo Grande, autorizou nesta quinta-feira (25) nova ação de busca e apreensão de computadores a fim de investigar a instalação de uma nova “central de fake news” organizada pela campanha do candidato Odilon de Oliveira (PDT) contra o atual governador e concorrente à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB). Foram apreendidos computadores e materiais em um sobrado na rua Dolor Ferreira de Andrade, no São Francisco.
A decisão foi expedida seis dias depois de uma primeira denúncia apontar que outro endereço, na mesma região, era usado para abrigar a produção de material difamatório contra Reinaldo –foi apreendido computador em endereço na rua 14 de Julho relacionado ao publicitário Paulo Cabral, que negou a prática.
Desta vez, conforme despacho do juiz, a coligação Avançar com Responsabilidade, de Reinaldo, apresentou novo pedido de providências alegando que chegou ao seu conhecimento a “elaboração de material digital e impresso falso (fake news) por pessoas ligadas à campanha do candidato ao governo do Estado, Odilon de Oliveira, com o objetivo de deturpar a imagem” do tucano.
Conforme a nova denúncia, depois do cumprimento, em 19 de outubro, do primeiro mandado de busca e apreensão na rua 14 de Julho, o “grupo” responsável pela elaboração do material foi realocado em um sobrado na rua Dolor Ferreira de Andrade, no qual aplicavam a mesma forma de atuação descrita na denúncia anterior –“elaboração de material falso, repasse a terceiros para compartilhamento, deletando o conteúdo após a divulgação, visando ocultação de provas”. Por isso, mais uma vez foi solicitada a apreensão de materiais impressos e computadores a fim de comprovar os fatos, bem como realização de perícia em computadores que vierem a ser apreendidos.
Assim como da primeira vez, o juiz eleitoral informou, mesmo diante da falta de provas dos materiais, ter autoridade para determinar diligências para averiguar os fatos e inibir eventiais práticas ilegais. Foi determinado que o oficial de Justiça cumprisse mandado de constatação e busca e apreensão de materiais impressos e computadores.
A decisão do juiz foi expedida na quarta-feira (24) e executada por volta das 12h30 desta quinta. A reportagem esteve nesta tarde no endereço citado, que abrigaria um conjunto de salas comerciais e se encontrava fechado –sem nenhuma identificação de materiais de campanha. Um vizinho confirmou a presença de viatura da Polícia Federal no local. Até o momento, porém, não há confirmação sobre apreensões por parte do Judiciário.
A reportagem contatou a assessoria da campanha de Odilon e aguarda posicionamento sobre a denúncia.