Juíza manda apreender vídeo com suposta “coação” contra servidores
A pedido do Ministério Público Eleitoral, a juíza Denize de Barros Dódero Rodrigues, da 8ª Zona Eleitoral de Campo Grande, determinou que seja investigada suposta “coação” para que funcionários públicos comissionados votem em candidatos do PMDB, durante reunião, com a participação do governador André Puccinelli, no diretório do partido.
A magistrada pede que seja apreendido vídeo, que circula na internet desde ontem, onde supostamente o governador consulta os servidores sobre seus candidatos e, na gravação, chega a sugerir que eleitor troque o candidato.
O pedido de investigação, aceito pela juíza, é dos promotores eleitorais Érica Rocha Espindola e Rogério Augusto Calábria de Araújo. A magistrada determinou que a Polícia Federal faça degravação e identificação da voz dos participantes que aparecem nas imagens durante a reunião.
O processo será despachado pela juíza no início da tarde desta quarta e encaminhado ao MP.
O PMDB divulgou nota, afirmando que o vídeo foi manipulado e que a reunião foi no diretório, especificamente para discutir a campanha política e fora do horário de expediente.
Segundo o presidente estadual do partido, Esacheu Nascimento, a presença do governador não configurava a atuação de líder do executivo estadual, mas sim como um dos coordenadores do processo eleitoral de Campo Grande. “Aquele vídeo não mostra nenhuma pressão por parte do André, ele não estava ali como governador, mas sim como correligionário”, destacou.
A presidente do diretório municipal do PMDB, Carla Stephanini, afirmou que “em momento algum as imagens revelaram qualquer indício de irregularidade. O que aconteceu foi uma reunião de militantes onde a campanha eleitoral foi discutida amplamente. A reunião era aberta, a ela teve acesso quem quis. Ninguém foi obrigado a ir”, declarou.
Para os peemedebistas a denúncia traduz uma tentativa de mácula e reversão do cenário político que aponta preferência pela candidatura de Edson Giroto, candidato peemedebista citado em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto.
A oposição promete ir à Justiça para denunciar o que ela considera “coação” em favor dos candidatos governistas. O candidato a vice-prefeito na chapa de Reinaldo Azambuja, Athayde Nery (PPS), acusou o governador de “assedio moral” e que a atitude dele configura “crime eleitoral”.