Marquinhos Trad diz que não será um 'azarão' na disputa para governador
Prefeito anda com o ex-candidato a governo e juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira, que disputará Senado
Neste momento, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) se prepara para pegar a estrada rumo a Dourados, a 251 km de Campo Grande. Ao lado dele, no carro, estará o juiz federal aposentado e ex-candidato a governador Odilon de Oliveira (PSD).
Os dois retomam as viagens para o interior do Estado de olho na eleição de outubro deste ano. Odilon agora é candidato à única cadeira do Senado Federal. Trad acredita que a presença do juiz na chapa é uma forma de agregar votos do eleitorado do magistrado, que chegou ao segundo turno em 2018, na disputa com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Na época, o juiz estava no PDT e Azambuja buscava o segundo mandato. O tucano acabou ganhando.
"Odilon, na vez passada, também não tinha absolutamente quase nada de apoio e a população silenciosamente colocou ele com quase 49% dos votos. Tinham pouquíssimos prefeitos apoiando ele, e ele ganhou em lugares como Dourados, por exemplo. Não sou azarão, diria que sou um nome que o eleitor pode examinar, pode confiar e que estou preparado", afirmou.
O prefeito iniciou as viagens no ano passado. Ao lado de Odilon, já passou por Corumbá, Aquidauana e Nova Alvorada. Hoje, ele desembarca em Dourados e irá se encontrar com o vice-governador Murilo Zauith (DEM) à noite.
Ele jura que não irá falar sobre eleições com o democrata. "É uma visita de amigo, por consideração. Se ele tocar no assunto de eleições, eu com muito respeito, vou dizer que vou aguardar a partir do 2 de abril e retorno para ele, para falar sobre política", assegurou.
Amanhã (04), ele se reúne com lideranças da cidade na Câmara Municipal e retorna no domingo (06). No próximo sábado (12), já está programada a viagem para Coxim, a 253 km. Até dia 31 de março, o prefeito irá receber três pesquisas - quantitativa e qualitativa - para analisar a viabilidade da sua candidatura.
Apesar de muitos acreditarem que a renúncia dele no dia 2 de abril é mentira, o prefeito nega. "Que essas pessoas aguardem o dia. Eu não preciso ter esse gesto para dizer se eu sou um homem de palavra ou não. Se aguardar, vão ver que honrei tudo que tenho dito."
Desde que anunciou a data marcada para deixar o gabinete do Paço Municipal, nenhum partido procurou Marquinhos Trad para discutir alianças. "Não estou pensando em coligações. Tenho até o dia 2 de abril o meu compromisso com Campo Grande e a autorização dos campo-grandenses na pesquisa. Eles já permitem que eu busque a renúncia. Impressionantemente, um número bem grande já admite que eu tenha a liberdade de buscar essa nova missão, pela cidade, que é buscando o governo."
Mesmo alegando apoio dos eleitores do maior colégio eleitoral do Estado, Trad até o momento não teve efetivamente o apoio do irmão, senador Nelsinho Trad (PSD). Em nenhum momento foi visto os dois juntos neste período de pré-campanha.
Questionado sobre quando o senador vai apoiar o projeto do irmão, ele desconversou. "Isso você (repórter) tem que perguntar para ele. Mas eu espero que logo após a minha saída da prefeitura, a minha desincompatibilização, ele possa entrar na campanha", vislumbrou.
No melhor estilo jogador que levanta a bola, cabeceia e defende o gol, Marquinhos Trad diz que age de forma independente. "Estou por conta, eu e ele (Odilon). Eu pego meu carro e vou. Tô tirando as fotos, mando para vocês (jornalistas), lá tem alguns simpatizantes que tiram fotos. Eu to andando com Deus e o povo. Tenho buscado ouvir a população com humildade e paciência, dentro das minhas condições. Pego meu carro e vou."
O esforço, segundo ele, é para o eleitorado silencioso que quer mudança. "Se a população entender que o ciclo do PSDB já se encerrou. Que o doutor André Puccinelli (MDB) teve suas chances e já mostrou seu trabalho, já teve sua oportunidade. E se eles entenderem que o trabalho feito aqui pela nossa cidade me credencia. Eu serei alguma dessas opções."
Renúncia - Marquinhos Trad disse ainda que nem sabe se pode contar com o apoio do Patriotas, partido da vice-prefeita, Adriane Lopes. Ela assume o Paço Municipal, se ele realmente renunciar no mês que vem. "Ela tem o livre arbítrio para seguir o caminho que ela entender que seja o melhor, dentro da consciência dela", ponderou.
O prefeito ainda disse que não irá palpitar na gestão a partir da data, nem mesmo para sugerir os titulares das pastas do secretariado que quiserem disputar as chapas proporcionais. "Ela será a prefeita, ela será a comandante. Vou orar e falar que a gente deve seguir nosso programa de governo, que foi aprovado pela população. Caberá a Adriane escolher o novo secretariado, ou se ela vai optar pelo adjunto."