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Política

Marun e Resende votam contra, mas PMDB fecha questão sobre ‘distritão’

Daniel Machado | 28/04/2015 22:33
Marun votou no sistema proporcional com proibição das coligações e Resende no distrital-misto, mas irão apoiar decisão do partido. (Foto: Divulgação)
Marun votou no sistema proporcional com proibição das coligações e Resende no distrital-misto, mas irão apoiar decisão do partido. (Foto: Divulgação)

A bancada do PMDB na Câmara fechou questão na noite de hoje (28) sobre o primeiro ponto polêmico da Reforma Política. A informação foi dada com exclusividade ao Campo Grande News pelo deputado federal, Carlos Marun (PMDB/MS).

“O partido decidiu fechar questão em torno da proposta do voto majoritário nas eleições legislativas, o distritão”, revelou. “A reunião foi agora há pouco e, dos 66 deputados peemedebistas, 38 foram pró-distritão, 15 votaram pelo distrital-misto e 4 para o proporcional com proibição de coligações (houve 9 ausências)”, disse o deputado, que teve de acatar a opinião da maioria.

“Votei favorável ao voto proporcional com proibição das coligações e acabei sendo voto vencido. Mas reconheço que o distritão tem uma vantagem, que é fazer com que os candidatos mais votados sejam eleitos e esse argumento foi fundamental. Se fosse por esse sistema, o Fabio Trad (PMDB) teria sido eleito e não o Dagoberto (Nogueira, do PDT), deixaria de ser (eleito)”, exemplificou. “Eu, de minha parte, passo a acompanhar a posição da bancada”, acrescentou.

O outro parlamentar peemedebista sul-mato-grossense da Câmara dos Deputados, Geraldo Resende, votou favorável ao sistema distrital-misto.

Agora o PMDB inicia uma articulação com os demais partidos afim de negociar, até o final de maio, a aprovação da matéria em plenário. “Trata-se de uma emenda constitucional Serão dois turnos na Câmara e dois turnos no Senado, precisando de 2/3 dos votos. Como é uma Emenda Constitucional, não será fácil, mas vamos lutar por isso”, concluiu.

Distritão - No distritão, são eleitos os candidatos mais votados em cada Estado. Seus defensores argumentam que o modelo atende à vontade do eleitor e evita o "efeito Tiririca", quando a votação expressiva em um candidato leva à Câmara colegas de partido com pouca expressão política.

Já os críticos do distritão, categoria na qual se inclui boa parte dos cientistas políticos, veem no modelo um risco de destruição dos partidos e de aumento da personalização na política. Além disso, apontam para o fato de que minorias e eleitores de áreas menos populosas terão mais dificuldades ainda para eleger seus representantes.

Entraves - Um dos principais entraves ao distritão no meio político, porém, é que esse modelo impõe obstáculos extras às caras novas e aos políticos menos conhecidos, o que aterroriza o baixo clero da Câmara (grupo majoritário formado por deputados com pouca projeção nacional).

Entre os críticos da medida está o relator da reforma política, Marcelo Castro (PMDB-PI), aliado de Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que defende o modelo distrital misto –metade dos deputados seria eleita por região dos Estados e a outra metade pelo modelo atual. O PSDB também defende esse sistema. Já o PT é favorável à chamada lista fechada, que é quando o eleitor vota em uma lista de candidatos definida pelos partidos políticos.

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