“Missão não se discute, se cumpre”, diz Simone sobre candidatura à presidência
A senadoora revelou que as trativas em torno do nome dela começou nas eleições do Senado
A senadora e pré-candidata à presidência da República Simone Tebet (MDB), concedeu entrevista exclusiva ao Campo Grande News na tarde desta sexta-feira (10). Entre os assuntos abordados, a parlamentar afirmou que vem sendo assediada para ser candidata emedebista desde sua candidatura à presidência do Senado e que a missão dada a ela é mais importante do que qualquer projeto pessoal.
Ela resumiu sua decisão afirmando que na política “missão não se discute, se cumpre”. “Eu tenho bom capital político dentro de Mato Grosso do Sul. Poderia sair candidata em qualquer cargo pelo meu Estado. Porém, decidi trocar algo acertado, pelo incerto, por acreditar que hoje posso fazer mais pelo meu país. Estou há 20 anos ajudando o Mato Grosso do Sul com cargos eletivos consecutivos. Hoje, minha missão nacional é mais importante”, revelou Simone.
Outro fato abordado pela senadora que foi decisivo para a tomada de decisão de se viabilizar como pré-candidata, é o de não haver nenhuma mulher para a disputa do cargo. “Me surpreendeu o apoio feminino que tenho alcançado nas redes sociais. De todas as mensagens positivas, 70% vem da parte delas. Eu faço política há 35 anos, e nunca vi um cenário desse, onde a parcela feminina da sociedade está interessada em política e tendo a iniciativa de votar em mulheres. No momento em que vivemos, é inadmissível deixar de lado a visão feminina da sociedade”, projetou Simone.
Tratativas - A senadora também revelou que agora seu foco é conversar com as lideranças políticas e os pré-candidatos, como o governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB). Ela está fazendo esse processo com auxílio do deputado federal e presidente do MDB nacional, Baleia Rossi.
“Eu sou senadora, e a curto prazo devo dar atenção ao meu mandato. Por exemplo, em duas semanas eu irei até São Paulo falar com o governador Dória. Não é porque sou pré-candidata, que devo me eximir de conversar com outros políticos que estão na mesma situação. Isso é saudável e faz parte do jogo democrático”, disse Simone.
Articulação local - Simone também afirmou que tem uma boa relação com figuras políticas importantes de Mato Grosso do Sul que são de outros partidos. Como exemplos citou nomes como o da ministra da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ambos do partido recém formado União Brasil.
“Conheço Tereza e Mandetta desde de minha infância, pelo meu pai (Ramez Tebet). Estive com Tereza em um evento há poucos dias e peguei voo com o ex-ministro de Brasília ao Mato Grosso do Sul há uma semana. Sempre conversamos muito, não é fato da ministra Tereza hoje estarmos em lados opostos, que nos faz ter uma má relação. Porém, agora não é o momento para essas tratativas locais, pois tenho meu capital político consolidado no Estado, agora a missão é percorrer o país e falar com lideranças de outros estados”, analisou a pré-candidata.
Sem plano B - Questionada se abriria mão da sua candidatura para compor chapa como vice no projeto chamado de “terceira via”, Simone foi enfática ao descartar essa possibilidade, ao afirmar que não existe por ela, nem pelo MDB, a chance de plano B para sua candidatura.
Minha candidatura é certa. Não existe a possibilidade de outra ideia a não ser a de sair cabeça de chapa. O MDB sempre esteve ao lado da democracia, e compôs governo com diversas vertentes ideológicas. Porém, somos um novo partido que busca protagonismo no cenário político nacional. Disto isso, não existe a possibilidade de ser vice de ninguém”, descartou Simone.
Conhecendo o Brasil - A senadora afirmou que aproveitar o recesso parlamentar, que ocorre em janeiro de 2022, para viajar o Brasil e conhecer as necessidades de cada Estado.
“Estou com muita vontade de conhecer nosso país mais afundo, pois acredito que é dessa forma que um candidato à presidência deva se comportar. Estamos vivendo em um tempo difícil ocasionado pela pandemia da Covid-19, com desemprego elevado e avanço da extrema pobreza. Só viajando cada canto desse país nós poderemos olhar as necessidades e viabilizar políticas públicas que pare esse processo”, concluiu a senadora.