Mochi diz que aceitou candidatura ao governo após indicação de Puccinelli
Presidente da Assembleia Legislativa afirmou, em entrevista, que vice será apresentado nesta quarta-feira; prefeito de Costa Rica será o coordenador da campanha
Agora confirmado candidato a governador pelo MDB, o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, afirmou nesta terça-feira (14) que aceitou a indicação por ela ter partido do ex-governador André Puccinelli –que, mesmo preso, segue como liderança maior da legenda. A declaração foi dada há pouco, em entrevista na sede do Diretório Regional do partido, em Campo Grande. Seu vice só deve ser confirmado às 14h desta quarta (15), antes do registro da chapa.
Mochi foi alçado ao posto em meio a uma segunda turbulência na formação da chapa emedebista. Depois da prisão de Puccinelli durante as investigações da operação Lama Asfáltica, a senadora Simone Tebet (MDB) assumiu a indicação. Porém, no domingo (12), abdicou da disputa alegando questões pessoais e reforçando que havia aceitado o projeto pela “emoção”, já que também fora indicada pelo ex-governador.
“A decisão (pela candidatura) ocorreu depois de muita discussão diante dos fatos que a antecederam, levando em conta a importância de ter outra opção aos que já foram colocados”, disse Mochi a jornalistas, referindo-se à sucessão de fatos após a prisão de Puccinelli e aos concorrentes ao governo. “Coube a mim enfrentar esse desafio. Talvez esta seja a mais importante decisão tomada na minha vida”, prosseguiu, ressaltando que “eleição tem de ter coração e pé no chão”.
Sobre a senadora, Mochi afirmou que a desistência está relacionada ao fato de a candidatura ser “provisória”, já que ainda havia expectativas de Puccinelli ser liberado e assumir a candidatura –na segunda-feira (13) o pedido de reconsideração de seu habeas corpus foi rejeitado pelo desembargador federal Paulo Fontes, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).
Mobilização – Mochi afirmou que o grupo de aliados “continua o mesmo”, com PR, PHS, PRP, PTC e PRTB –que, em meio às incertezas sobre a candidatura emedebista, ensaiaram lançar um candidato próprio.
O candidato também incluiu no rol de aliados o PSC, que nesta terça confirmou o recuo do procurador de Justiça Sérgio Harfouche em ocupar a vice do MDB e se lançar ao Senado –seu projeto eleitoral inicial, antes mesmo de se lançar ao governo antes das convenções.
Ainda segundo Mochi, sua campanha será coordenada pelo prefeito Waldeli dos Santos Rosa, de Costa Rica –a 305 km de Campo Grande–, que deve se licenciar do cargo por 40 dias para assumir a tarefa. Waldeli retornou ao MDB em 2017 com expectativas de também disputar o governo, porém, acabou preterido em favor de Puccinelli.
Escolha – O anúncio de Mochi ocorreu após reunião a portas fechadas no MDB. O deputado disse que decidiu aceitar a escolha por ser uma indicação de Puccinelli. “Foi um pedido do André, o que é importante, uma vez que, independentemente da situação, ele continua sendo o nosso líder”.
O ex-governador também é o presidente regional do MDB. O comando do partido é exercido, hoje, pelo primeiro vice-presidente, o senador e candidato à reeleição Waldemir Moka. Este afirmou que, apesar das instabilidades, “em hipótese alguma o MDB considerou não ter candidato próprio” –o que justifica obstáculos para que Harfouche fosse indicado pela legenda como cabeça de chapa, apesar da indicação de Simone.
Mochi destacou, por fim, que o vice será anunciado na quarta-feira, com a escolha levando em consideração o quanto os cotados somam “politicamente e eleitoralmente” e, em caso de a indicação partir do MDB, que seja uma mulher –a reportagem apurou que Tânia Garib, ex-secretária de Estado de Assistência Social, é uma das favoritas para a escolha.