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Política

MPE quer casal Olarte atrás das grades e critica delação para mandar 'recado'

Aline dos Santos | 23/09/2016 11:15
Andréia e Gilmar foram presos em 15 de agosto na operação Pecúnia. (Foto: Fernando Antunes)
Andréia e Gilmar foram presos em 15 de agosto na operação Pecúnia. (Foto: Fernando Antunes)

A denúncia da operação Pecúnia, que levou o ex-prefeito Gilmar Olarte (Pros) à prisão, já tramita na 1ª Vara Criminal de Campo Grande e traz um alerta do MPE (Ministério Público Estadual) à Justiça para que o ex-prefeito e a esposa, Andreia Olarte, continuem atrás das grades.

Com a renúncia do então prefeito afastado, o procedimento saiu da segunda instância do Poder Judiciário do Estado, que corresponde ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Para evitar tumulto, o juiz Roberto Ferreira Filho determinou que os pedidos de revogações de prisão tramitem à parte do procedimento investigatório criminal por lavagem de dinheiro. O magistrado também retirou o segredo de justiça.

Ainda endereçado ao TJ/MS, o parecer do Ministério Público, assinado pelo procurador-geral Paulo Cezar dos Passos, informa que não há qualquer certeza do resultado efetivo da instrução criminal com a soltura dos denunciados Gilmar e Andréia Olarte.

Para o MPE, é mais que certo que exercerão influência nociva no deslinde da ação penal e cita manipulação midiática sobre acordo de delação premiada, que não existiu. “Aparenta se tratar apenas de manobra para tentar, uma vez mais, influenciar no resultado do processo por meio de envio de recado a outras pessoas ou autoridades envolvidas como coautores ou partícipes”, informa o documento datado de 6 de setembro.

Ainda não houve decisão no pedido de liberdade provisória que tramita na 1ª Vara Criminal. Também há solicitação de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido tramita desde 5 de setembro e a última movimentação foi na última quarta-feira (dia 21). O processo que estava sob a relatoria da ministra Carmen Lúcia passou para o ministro Ricardo Lewandowski.

Esquema - As investigações da operação Pecúnia começaram a partir dos dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, denominada Casa da Esteticista. Ainda segundo a operação, entre 2014 e 2015, enquanto Olarte ocupava o cargo de prefeito, Andréia adquiriu vários imóveis na Capital. Os bens totalizaram R$ 3,6 milhões, com preferência por imóveis em condomínios de luxo.

Alguns bens ficaram em em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias (dinheiro, transferências bancárias e depósitos). Conforma a investigação, a princípio, os bens são incompatíveis com a renda do casal.

Deflagrada em 15 de agosto, a operação, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), prendeu o casal Olarte, o empresário Evandro Simões Farinell e o corretor Ivamil Rodrigues de Almeida. Ivamil é apontado como braço direito do casal nas aquisições imobiliárias fraudulentas e Evandro Farinelli é suspeito de ceder o nome para que as aquisições fossem feitas. A reportagem não conseguiu contato com as defesas.

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