Mudança de última hora entre PT e Podemos define Mesa Diretora

Em uma articulação política que se estendeu até as primeiras horas de 2025, os 29 vereadores eleitos e reeleitos para a Legislatura de 2025 a 2028 em Campo Grande definiram a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal. A composição final, resultado de negociações, foi consolidada após ajustes que garantiram uma distribuição equilibrada entre partidos e maior representatividade das bancadas.

O nome vai liderar a Câmara Municipal, já estava definido em consenso entre os parlamentares, será o vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB). A definição da 2ª e 3ª secretaria foi fruto de negociações de última hora entre o PT e o Podemos. Inicialmente, Luiza Ribeiro (PT) ocuparia a 3ª secretaria, mas após uma reavaliação, o partido reivindicou a 2ª posição na Mesa, argumentando sua maior representatividade na Casa de Leis. Com três vereadores eleitos, o PT conseguiu garantir o posto, empurrando Ronilço Guerreiro (Podemos) para a 3ª secretaria.

Composição da Mesa Diretora 2025/2026:

• Presidente: Epaminondas Neto, Papy (PSDB)
• 1º Vice-presidente: André Salineiro (PL)
• 2º Vice-presidente: Lívio Leite (União)
• 3º Vice-presidente: Neto Santos (Republicanos)
• 1º Secretário: Carlão (PSB)
• 2ª Secretária: Luiza Ribeiro (PT)
• 3º Secretário: Ronilço Guerreiro (Podemos)

“Hoje passei a manhã inteira discutindo outros pontos ainda da chapa e tudo mais, então agora a noite vai estar tudo certo”, comentou o Papy, referindo-se à alteração na segunda e terceira secretaria. O novo presidente destacou que, sob sua gestão, a Câmara Municipal deverá ter maior protagonismo nos debates e decisões, sem dependência do poder Executivo.

"A Câmara não pode ser vista apenas como um instrumento de validação das propostas do Executivo. Precisamos tomar a iniciativa de debater os temas que realmente importam para a população, como transporte, saúde, educação e infraestrutura", completou. Papy também ressaltou a importância de modernizar os processos internos do Legislativo. "O vereador Carlão avançou nesse sentido, mas ainda há muito a ser feito para tornar a Câmara mais moderna e eficiente."

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também comentou a relevância de o PT ocupar a 2ª secretaria. "A gente sempre teve na segunda secretaria, que foi a proposta que nós construímos junto com o Papy e os demais membros dos outros partidos, especialmente porque o PT tem uma bancada grande, nós temos três vereadores e também nós tínhamos pensado em construir uma mesa que pudesse fortalecer os trabalhos legislativos com a representação de todas as bancadas. Nunca foi pensamento nosso construir uma mesa de oposição à prefeita ou da situação, enfim, então era uma mesa que refletisse a Câmara e a segunda secretaria foi uma confusão ali na hora que foi divulgado da primeira vez, a segunda secretaria era para o PT, o Podemos tem duas representações e ficou com a terceira secretaria”, comentou a agora segunda secretária Luiza Ribeiro (PT).

Ronilço Guerreiro (Podemos) minimizou a alteração de cargos, e comentou que a decisão ainda reflete e união e consenso entre vereadores, descartando qualquer conflito interno por conta da mudança de posição na mesa.

“Eu já sou o terceiro secretário da mesa diretora, então assim, vou ficar no mesmo posto que eu estava até hoje, foi feita a composição, até ontem, eu seria segundo secretário, mas nessa negociação, até para facilitar, a Luiza queria ficar como segunda secretária, sem problema nenhum, o que nós queremos é trabalhar para fortalecer a Câmara Municipal de Campo Grande, principalmente que a Câmara faça um diálogo permanente com a sociedade, então isso é o meu papel, dialogar com a sociedade através de ações na mesa diretora. Estou muito feliz. Esse negócio de cargo na mesa, primeiro, segundo, terceiro secretário, é o de menos”, comentou o parlamentar.

André Salineiro (PL), que retorna à Casa de Leis e assume a 1ª vice-presidência, destacou o potencial da nova mesa. "Eu nunca fiz parte de uma Mesa Diretora. Na minha primeira legislatura, eu optei em nem sequer colocar meu nome à disposição, porque eu acreditava primeiro ser importante buscar a experiência política, de fazer a política em si. E agora com essa experiência eu coloquei o nome à disposição do presidente Papy. E eu falo, hein! Essa gestão, essa Mesa Diretora que foi composta, promete muito, é uma mesa diversificada e muito técnica”, avaliou.

Lívio Leite (União), 2º vice-presidente, apontou os desafios que espera encontrar na relação com o Executivo, mesmo sendo oposição da prefeita reeleita Adriane Lopes. “Nosso papel vai ser principalmente tornar a Câmara cada vez mais institucional na relação com a prefeitura e os outros poderes. Eu acho que isso é o fundamental, isso é o mais importante. E dar o respaldo que o nosso presidente, o Papy, vai precisar para essa relação. Porque eu prevejo uma relação difícil porque eu não estou acreditando nos serviços públicos que vão ser entregues até agora com a prefeita. Então, assim, eu ainda estou cauteloso no como vai ser essa relação, mas nós vamos tentar torná-la da melhor forma possível para que a população receba o serviço de qualidade”, alfinetou o parlamentar.

Os trabalhos da 12ª Legislatura terão início em 17 de fevereiro, com a sessão inaugural prevista para às 9h. No dia seguinte, 18 de fevereiro, ocorrerá a primeira sessão ordinária do ano.