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Política

Na berlinda, Bernal fala em coalizão, prestar contas e pacote de obras

Aline dos Santos e Edivaldo Bitencourt | 16/10/2013 13:47
Prefeito chega para coletiva onde respondeu a 21 perguntas da imprensa da Capital (Foto: Cleber Gellio)
Prefeito chega para coletiva onde respondeu a 21 perguntas da imprensa da Capital (Foto: Cleber Gellio)

Conhecido pela dificuldade de acesso e diálogo, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), que desde ontem enfrenta uma Comissão Processante na Câmara Municipal, que pode resultar em cassação, apostou num tom mais receptivo, sem acusações nominais e gestos comedidos. Na entrevista coletiva de uma hora, onde respondeu a 21 perguntas, dominaram expressões como coalizão, não entrar em rota de colisão e, até mesmo, tirar da gaveta um conselho político, antiga aspiração dos partidos aliados.

“Estamos trabalhando na criação do conselho político. Vou anunciá-lo em breve. Será com caráter de sugestões de políticas públicas. Incluindo lideranças, movimentos sociais. Não é conselho de bancada partidária”, afirmou.
Quando sugerido, o conselho teria a missão de abrir espaço para aliados políticos na administração municipal. É uma sugestão antiga dos aliados, inclusive, do líder do prefeito na Câmara, Marcos Alex (PT).

Diante de um batalhão de fotógrafos, cinegrafistas e repórteres, o cuidado foi manter a mão sobre as mesas, que por poucas vezes, acompanharam a fala com gestos ou punhos cerrados. Bernal declarou que vai buscar aliados na Câmara Municipal e se mostrou otimista.

“Estou determinado a dialogar com o Poder Legislativo. Estou me esforçando e seguirei me esforçando, tem que ter boa vontade de ambas as partes. Começamos com dois, hoje já temos oito. Temos o PT, PPS, PRB, PSDB. Buscar ampliar a nossa base de atuação, com política séria”, declarou Bernal nesta quarta-feira. No entanto, o PSDB até expulsou o secretário municipal de Educação, José Chadid, do partido por não deixar a administração progressista. Os tucanos também ameaçam expulsar Leila Machado, outro nome tucano, mas na Funesp (Fundação Municipal de Cultura).

Sobre o distanciamento dos aliados, como o PT e o PSDB, o prefeito disse que pretende fazer um governo de coalizão. Com os tucanos, promete diálogo com as lideranças.

CPI do Calote – Bernal acabou não aguentando e voltou a acusar golpe político. Ele criticou o resultado da CPI do Calote, que apontou diversas irregularidades, como pagamento e contratação de empresas sem sede. “Os serviços públicos tiveram continuidade. Não há que se falar em irregularidades, ato de improbidade”, afirmou.

E garantiu que há “caminhão de documentos” para comprovar a transparência e a legalidade da atual gestão. “Já falam em afastamento do prefeito, interesse golpista e mesquinho. Sórdida e repugnante manifestação”, reagiu.

Bernal reafirmou que houve perseguição política e que conta com o aval do povo. “Ficou comprovado que não houve prejuízo ao erário público, houve qualidade”, afirmou, justificando as contratações milionárias sem licitação, como o pagamento de R$ 4,4 milhões à Salute Distribuidora de Alimentos, para fornecer merendas às creches e escolas, e de R$ 4,3 milhões à MegaServ, microempresa de Dourados.

Prefeito disse que não houve irregularidades e adotou tom mais conciliatório (Foto: Cleber Gellio)
Prefeito disse que não houve irregularidades e adotou tom mais conciliatório (Foto: Cleber Gellio)
Mãos sobre a mesa: prefeito manteve a postura durante a coletiva no Paço Municipal (Foto: Cleber Gellio)
Mãos sobre a mesa: prefeito manteve a postura durante a coletiva no Paço Municipal (Foto: Cleber Gellio)
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