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Política

Olarte pede voto para Contar e diz que “Iara era braço direito na prefeitura”

Pastor foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2017

Jéssica Benitez | 17/10/2022 16:28


Condenado e cumprindo pena em regime semiaberto, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, gravou vídeo pedindo voto no candidato a governador do Estado pelo PRTB, deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar, lembrando que a esposa do militar, Iara Silva Diniz, é amiga de confiança e foi seu “braço direito” na Prefeitura da Capital.

Na gravação, o pastor pede que a mensagem não seja propagada em massa e sim compartilhada somente com "pessoas de confiança" dele. Em seguida orienta que os fieis votem em Contar, pois, como governador, o militar o ajudará a fazer justiça, sem citar o que seria de fato. Além disso ressalta que votar no Capitão é o mesmo que votar nele.

“A Iara vocês lembram, foi meu braço direito na Prefeitura, uma amiga de confiança a quem eu sou muito grato. Não tenho dúvida de que com o Contar governador eles vão me ajudar aqui a fazer justiça. Peça para cada amigo, cada parente o voto de confiança no Capitão Contar, votar no Capitão Contar, número 28, é estar votando em mim”, diz.

Gilmar Olarte foi eleito vice-prefeito de Campo Grande ao lado de Alcides Bernal (PP) nas eleições de 2012 e assumiu a cadeira de chefe do Executivo de março de 2014 a agosto de 2015, período em que o titular ficou cassado.

Ele foi preso em maio do ano passado, após ser condenado a oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. De acordo com investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), iniciada em 2013, o pastor utilizou cheques de fiéis da igreja Assembleia de Deus para praticar agiotagem e quitar dívidas de campanha.

Olarte pegava as laminas e repassava aos agiotas em troca de dinheiro. Segundo a apuração o montante chegou próximo a R$ 1 milhão. O esquema começou a ser desvendado quando os donos das folhas dos cheques começaram a ser cobrados pelos agiotas e não tinham o valor para pagá-los.

O Gaeco iniciou as investigações em 2013 e a primeira prisão ocorreu em abril de 2014. Ronan Feitosa, assessor especial de Olarte, foi preso em São Paulo. À época a defesa do ex-prefeito tentou provar que ambos não se conheciam, porém sem sucesso.

O julgamento do caso ocorreu em maio de 2017 na seção especial criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Ele foi condenado e pôde recorrer em liberdade até maio do ano passado quando foi para regime fechado. Em junho deste ano, o pastor conseguiu ir para o semiaberto e agora faz campanha para Contar que concorre ao Governo do Estado.

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