Para evitar reajuste na conta, corte de água será retomado
Medida vai ser descontinuada para a população em geral, mas segue para inclusos na Tarifa Social
Alta inadimplência e déficit financeiro fizeram com que a prefeitura de Campo Grande decidisse nesta manhã de quinta-feira (2) suspender a medida que proibiu o corte do fornecimento de água na cidade. O decreto do Executivo foi motivado pela pandemia de covid-19 e beneficiou todos os consumidores da Capital.
A decisão veio após reunião entre o chefe da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Odilon Junior, o prefeito Marquinhos Trad e representante da Águas Guariroba, na Câmara Municipal, nesta manhã. Vários vereadores também participaram do encontro.
Segundo o prefeito, a concessionária responsável pelo fornecimento de água em Campo Grande pediu um reequilíbrio financeiro por causa do impacto financeiro da medida e dos não pagamentos da tarifa de água durante os 18 meses em que o decreto proibindo cortes valeu na cidade - uma das poucas a adotar tal medida.
"As classes A, B e C são as que mais estavam deixando de pagar. Os pequenos estavam pagando mais em dia. Então, resolvemos fazer dessa forma. A Águias nos procurou e falou do impacto financeiro, que era muito grande", revela Marquinhos.
O chefe do Executivo ainda conta que grandes condomínios, mesmo recebendo em dia de seus condôminos a taxa mensal, preferiram não pagar a conta de água, se aproveitando da suspensão de corte, e realizou outros investimentos.
"Apesar dessa situação, não cometeram nada ilegal, então não cabe advertência ou penalidade alguma para esses consumidores. Mas esse comportamento que constatamos foi essencial e pesou para decidirmos pela suspensão", completa o prefeito.
Tarifa Social - A proibição de corte vai se encerrar para a população em geral, mas um grupo em específico seguirá beneficiado pela medida: os que estão inclusos na Tarifa Social, programa que atende pessoas com baixa renda comprovada e que pagam a conta de água sob condições especiais, com descontos.
"Isso vai perduram até enquanto durar a pandemia", explica o chefe da Agereg, o ex-vereador Odilon de Oliveira Junior. "Muitas pessoas e empresas estavam aproveitando para investir o dinheiro, deixando de pagar a conta de água e esperar para renegociar depois. Decidimos então que será somente para quem precisa", conclui.
Hoje, são 12 mil pessoas inclusas no programa de Tarifa Social no fornecimento de água em Campo Grande. Ao todo, a cidade tem 360 mil consumidores de água - ou seja, apenas 3,3% dos campo-grandenses seguem beneficiados pela proibição de corte.
