Para vereadora fotos de Ceinf com despensa cheia não anula relatório
Presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Câmara Municipal de Campo Grande, a vereadora Carla Stephanini (PMDB) rebateu afirmações e insinuações feitas pelo prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP). Ela garantiu que o relatório que comprova falta de alimentos em Ceinfs (Centro de Educação Infantil) e escolas municipais, feito pela comissão, foi embasado com fotos e testemunhas.
Bernal postou em sua pagina oficial no Facebook imagens da despensa de creches municipais onde aparecem alimentos em abundância, como arroz, macarrão, carne e leite em pó. “Fiscalizamos os ceinfs. Obtivemos a confirmação das diretoras e outros servidores, além de pais de alunos que fizeram questão de mostrar à nossa equipe as despensas e os freezers cheios de alimentos de boa qualidade para atender as nossas crianças”, escreveu junto às fotos sem dizer de qual Ceinf se tratava.
O progressista postou a mensagem no mesmo dia em que Carla entregou relatório descrevendo a situação caótica da merenda escolar à Mesa Diretora da Casa de Leis. Para a vereadora a atitude do Chefe do Executivo não apaga o que foi apurado pela comissão. “Se fizerem perícia nas fotos que nós tiramos da escassez no estoque de alimentos das escolas municipais vão ver que são verdadeiras. Nós fomos aos locais e registramos tudo”, disse.
Os parlamentares responsáveis pela pasta de educação não vão se contentar com postagens e matérias feitas pela assessoria do prefeito. Segundo a peemedebista, se faltar merenda em uma escola sequer os vereadores estarão lá para fiscalizar. “Não sei qual é o critério de escolha, mas em algumas escolas falta comida e em outras não”, questionou.
Juliana Zorzo (PSC), integrante da comissão, contou que durante visita à escola municipal Danda Nunes, ficou constatado que só havia arroz, macarrão e colorau na despensa. “Nem molho de tomate eles tinham para fazer o molho. Era tudo com colorau mesmo”, relatou. Outro exemplo foi um centro educacional com mil alunos onde havia apenas seis latas de sardinha para fazer a refeição dos estudantes.
“A gente concluiu que as merendeiras têm que usar criatividade para cozinha. Se tem pouco frango, por exemplo, elas desfiam mais para render melhor”, explicou Carla. Colégios com maternal também sofrem com o desabastecimento. “Onde tem leite não tem o achocolatado”. A comissão solicitou que a Mesa envie cópias do documento ao MPE (Ministério Público Estadual) para que as devidas providências sejam tomadas.