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Comportamento

Brainrot: ‘Podridão Cerebral’ é eleita a expressão do ano

Termo é usado para descrever a ‘deterioração mental’ causada pelo consumo de conteúdos fúteis na internet

Por Idaicy Solano | 02/12/2024 14:45
Mulher assiste à vídeos no Tiktok, rede social popular entre os jovens (Foto: Arquivo Campo Grande News/Juliano Almeida)
Mulher assiste à vídeos no Tiktok, rede social popular entre os jovens (Foto: Arquivo Campo Grande News/Juliano Almeida)

A Oxford University Press, editora do Oxford English Dictionary, escolheu o termo "brainrot" (podridão cerebral, em tradução livre), como a expressão do ano de 2024.

A palavra foi escolhida por meio de votação, em uma lista que também contou com os termos "lore", "demure", "romantasy", "dynamic pricing" e "slop". Ao todo, cerca de 37 mil pessoas votaram, e a expressão vencedora foi escolhida pela equipe de especialistas da editora, com base na votação e em uma análise adicional.

Segundo a Oxford, a palavra teve sua primeira aparição em 1854, no livro "Walden", o clássico relato de Henry David Thoreau. No entanto, hoje em dia passou a ser utilizada pela geração Z para descrever a ‘deterioração mental’ causada pelo consumo excessivo de conteúdos fúteis na internet.

Quem tem costume de consumir conteúdo em redes sociais como o Instagram e o Tiktok, já deve ter esbarrado com o termo, que conforme explica a psicanalista e psicóloga Lígia Burton, surgiu como uma forma de se referir a “uma obsessão intensa e quase paralisante por algo, seja um programa de TV, uma pessoa, ou uma ideia”.

Conforme observa Lígia, a tendência é que as pessoas se sintam cada vez mais angustiadas e ansiosas com o excesso de conteúdos e novidades, que são impossíveis de serem consumidas. Ela explica que, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a ansiedade não é ocasionada pela falta de algo, mas sim, pelo excesso.

A psicanalista reflete que, antes de pensar no prejuízo causado pelo consumo excessivo de conteúdos considerados ‘fúteis’, o questionamento correto é refletir sobre por qual razão o indivíduo passa tanto tempo em frente às telas.

“Será que temos receio de perder algo? Se não participarmos de alguma trend ou se ficarmos sem saber da última novidade, estaremos de fora? Se pensarmos em uma perspectiva psicanalítica, notamos que vivemos sobre o imperativo do gozo, isso quer dizer que não posso perder uma única oportunidade, preciso estar sempre fazendo algo ou estarei para trás”, reflete.

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