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Capital

Moradora “coleciona” escorpiões após terreno se tornar “lixão” de bairro

A área de preservação foi alvo de fiscalização por desmatamento, mas restos de construção não foram removidos

Por Geniffer Valeriano | 02/12/2024 16:15
Cleide segura pote com escorpiões e aranhas encontrada em sua casa (Foto: Geniffer Valeriano)
Cleide segura pote com escorpiões e aranhas encontrada em sua casa (Foto: Geniffer Valeriano)

Quatro meses após receber fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal De Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), área de preservação ambiental tem causado transtorno a seus vizinhos. O local que deveria estar sendo preservado se tornou mais um ponto de descarte irregular de lixo em Campo Grande.

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Em Campo Grande, moradores de uma área de preservação ambiental enfrentam problemas com o descarte irregular de lixo, que tem atraído escorpiões e ratos para suas residências. Cleide Vieira, uma das residentes, relatou ter encontrado mais de oito escorpiões em sua casa, além de ter sido picada por um deles. Outros vizinhos também enfrentam a invasão de roedores, levando-os a instalar armadilhas. A situação se agravou após a fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que não impediu novos descartes de entulho, transformando a área em um "lixão" e afetando a qualidade de vida dos moradores, que antes desfrutavam da natureza local.

O terreno fica no Bairro Los Angeles e recebeu a visita da Secretaria do Meio Ambiente quando estava sendo desmatado. Na época, no dia 3 de agosto deste ano, o local já possuía montes com restos de construção.

Cleide Vieira, de 51 anos, mora em frente a um dos lados da área, que fica na Rua Augusto Rossini Guidi. Conforme a moradora, desde que a fiscalização da Semadur esteve no local não foram jogados novos entulhos no terreno. Porém, desde então, a moradora começou a “colecionar” escorpiões.

Entulhos espalhados em um dos lados do terreno, na Rua Augusto Rossini Guidi (Foto: Geniffer Valeriano)
Entulhos espalhados em um dos lados do terreno, na Rua Augusto Rossini Guidi (Foto: Geniffer Valeriano)

“Eu até comecei a criar galinhas, e se falarem que é crime eu vou mostrar isso [pote com escorpiões e aranha] para eles. Já fui picada por um escorpião e cheguei a ficar com a perna dormente”, conta.

Do outro lado do terreno, na Rua Marco Feliz, Maria Suely dos Santos, de 51 anos, conta que no local ainda está recebendo novos descartes de lixo. “O que é antigo já até criou mato em cima, mas a gente ainda vê uma coisa ou outra que não estava ali”, diz.

Além dos escorpiões, a moradora relata que a casa também está sendo invadida por ratos. Para se livrar dos intrusos, a única solução foi instalar armadilhas pela residência. “Eu coloquei aquelas fitas que eles ficam grudados em cima dos armários. Esses dias fui limpar e encontrei cinco filhotes com uma mãe bem grande”.

Mais de 8 escorpiões foram encontrados na casa de Cleide (Foto: Geniffer Valeriano)
Mais de 8 escorpiões foram encontrados na casa de Cleide (Foto: Geniffer Valeriano)

Maria ainda conta que antes da área ser desmatada e os descartes de lixo iniciarem, sua família aproveitava a sombra das árvores durante o final de semana. “Antes aqui só vinha bichos como quatis. Agora até para ir pegar manga precisa tomar cuidado por conta dos cacos de vidro”.

Outro que sofre com o “lixão”, é o serralheiro Cemy Ferreira, de 54 anos, que também precisou ter ratoeiras como parte da “decoração” de sua casa. "É sempre difícil de pegar rato, mas a gente sempre vê e não é aqueles pequenos, são grandona mesmo. Isso não tinha antes, porque aqui era uma mata virgem".

Restos de madeiras e embalagens de marmitas descartados em terreno, na Rua Marco Feliz (Foto: Geniffer Valeriano)
Restos de madeiras e embalagens de marmitas descartados em terreno, na Rua Marco Feliz (Foto: Geniffer Valeriano)

Com lixo até a borda da rua, Cemy conta que os descartes deixaram de ser realizados por caminhões e passaram a ser deixados por carros pequenos. “O pessoal tá vindo toda hora. A rua tá horrível”.

Ao Campo Grande News, a Semadur informou que o responsável pelo crime ambiental constatado foi notificado para promover a recuperação da área. “Além disso, o crime está sendo investigado na esfera criminal. A Área foi objeto de perícia e o Município aguarda ser cientificado da conclusão da investigação para deliberar quanto à execução da recuperação da área degradada”.

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