Parlamentares vão cobrar que dinheiro da venda de fábrica pague fornecedores
A indústria de fertilizantes em Três Lagoas, UFN-3, está a venda, e Petrobras deve a ao menos 70 empresas
Deputados estaduais dizem que vão cobrar que a Petrobras use os recursos arrecadados com a venda da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas primeiro para pagar as cerca de 70 empresas que estão sem receber desde a paralisação da obra. A estimativa é que a estatal deva R$ 36 milhões aos fornecedores.
“Fornecedores de alimentos, vestuário estão sem receber até hoje, sem contar as empresas que abriram contando com o aquecimento econômico e que tiveram de fechar as portas”, comentou o deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), cuja base eleitoral é em Três Lagoas.
O parlamentar afirma que a situação é preocupante e para ele, a venda da indústria será uma forma de reaquecer a economia da cidade. “Outro grupo pode assumir e voltar a gerar emprego na cidade”.
O deputado defende ainda que o governo estimule o fechamento do negócio entre a Petrobras e o comprador interessado. “O Estado poderia contribuir neste processo de venda, concedendo incentivos fiscais para quem for assumir a obra”.
Rinaldo Modesto (PSDB) também comentou o assunto como líder do governo. “Muita empresas faliram quando a obra parou e nessa altura do campeonato é muito difícil esses fornecedores receberem, por isso é importante cobrar a Petrobras”.
Ele concorda com Rocha sobre a venda. “Uma nova empresa assumindo é uma forma de fazer a economia girar de novo, os aluguéis, restaurantes, o comércio”.
O deputado Beto Pereira (PSDB) também opinou, embora não tenha base eleitoral na cidade com o segundo maior PIB (Produto Interno Bruto). “Toda obra parada só trás prejuízo, deterioração e não contribui em nada para a cidade. A venda faz com que o projeto ande”.
Comunicado – A Petrobras comunicou ao mercado nesta segunda-feira (11) que abriu processo de venda da UFN-3 (Unidade Fertilizantes), localizada em Três Lagoas.
Avaliada em R$ 3 bilhões, a obra está parada há dois anos e meio, com 82% de execução do projeto.