Paulo Duarte vai pegar um PT quebrado; Delcídio promete ajudá-lo
O presidente eleito do PT regional, Paulo Duarte, atual prefeito de Corumbá, está preocupado com a situação financeira que irá herdar da atual gestão, comandada por Marcus Garcia. Ao ser questionado sobre como pegará o Diretório Regional do PT, em 14 de fevereiro do ano que vem, ele respondeu: “Com dívida em caixa”.
Apesar de Duarte ter feito a declaração em tom de brincadeira, a situação financeira do PT é realmente complicada, conforme admitiu esta tarde, durante entrevista coletiva sobre as eleições do partido no domingo, o senador Delcídio do Amaral. “O Diretório Nacional do PT pediu que nós aguardássemos o fim das eleições do PED, mas nós vamos equacionar essa questão da dívida, que não é só aqui, ocorre em todo o País”, declarou o parlamentar.
Olhando para o atual presidente estadual do PT, Marcus Garcia, Delcídio disse que “não é concebível que um partido como o PT ainda tenha dificuldades financeiras”. Segundo o senador, esse é um problema que vem se arrastando há anos.
Garantiu, contudo, que vai fazer gestões junto à Direção Nacional para que Paulo Duarte não sofra com essa situação. “Vamos fazer um trabalho para que Paulo não fique com essa batata quente. Já falei com Rui Falcão e vamos equacionar isso. O partido não pode ficar impedido por causa dessas mazelas”.
Seca de dez meses - O Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul ficou dez meses em dificuldades financeiras, sem receber o Fundo Partidário em decorrência de irregularidades na prestação de contas. Só em julho, o PT voltou a receber a verba, que, segundo seu presidente, Marcus Garcia, gira em torno de R$ 35 mil mensais.
“Ficamos dez meses sem receber desde setembro do ano passado e só voltamos a ter verba do Fundo Partidário neste mês de julho”, informou Garcia. “Tivemos uma penalidade do Tribunal Regional Eleitoral por causa de irregularidade na prestação de contas de 2007, na época em que Mariano Cabreira era o presidente”, acrescentou. Cabreira, que era militante histórico do PT, migrou para o PMDB.
No balanço patrimonial, o PT informa uma receita de R$ 286.746,62 de Fundo Partidário em 2012, o que dá uma média de R$ 35,8 mil. Como a suspensão aconteceu em setembro daquele ano, os petistas deixaram de receber R$ 143 mil em decorrência da irregularidade na prestação de contas.