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Política

PMDB não resiste aos 'encantos' do PT e abocanha dois cargos federais em MS

Lidiane Kober | 08/07/2015 14:45
Moka disse que não brigou por cargo, mas concordou com a escolha de Akira e de Celso Martins (Foto: Divulgação)
Moka disse que não brigou por cargo, mas concordou com a escolha de Akira e de Celso Martins (Foto: Divulgação)

Seduzido pelo PT, o PMDB não resistiu e deve ficar com pelo menos dois cargos federais em Mato Grosso do Sul. O partido largou o debate com discurso firme de que não queria espaço nenhum porque não fez campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Mas, o cerco começou a fechar para os petistas e a estratégia é dividir cargos para reforçar a base aliada e aprovar projetos de interesses do Planalto.

A articulação ficou a cargo do líder da presidente no Senado, o senador Delcídio do Amaral (PT). Ele, inclusive, chegou a receber críticas por deixar correligionários de lado até convencer os peemedebistas a entrar na divisão dos cargos federais no Estado.

A oferta que encantou o PMDB foi a escolha do ex-deputado federal Akira Otsubo (PMDB) para assumir a Superintendência da Pesca e de Celso Matins de Souza, ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na gestão de Wilson Barbosa Martins, para chefiar a Delegacia Federal de Agricultura.

“O Delcídio nos procurou para conversar, ele falou da escolha do Akira e do Celso Martins. Não fui eu quem os indicou, não briguei pelos cargos, mas subscrevi os nomes”, contou o senador Waldemir Moka (PMDB). Além dele, participou da reunião a senadora Simone Tebet (PMDB).

Segundo ele, o Delcídio pediu a conversa com os colegas de Casa. “Falou que gostaria de levar alguns nomes (à Casa Civil) e que esses nomes fossem de consenso, ele não queria briga por cargo”, relatou Moka.

Sobre Akira, ele contou que a indicação partiu da Federação dos Pescadores de Mato Grosso do Sul. No caso de Celso Martins, o senador destacou a experiência dele. “É um cara ligado ao setor agropecuário, não tenho dificuldade nenhuma em falar bem, é funcionário de carreira, tem todas as condições de assumir”, ressaltou o peemedebista.

Moka, no entanto, fez questão de reforçar que não colocou a faca no pescoço de ninguém por cargo e reafirmou a posição de independência no Senado. “Nunca briguei e nem vou brigar por cargo. Nós nos colocamos (ele e Simone) como independentes, o que for bom para o país, vamos votar. Não vou ficar preso à base aliada por conta de cargo”, finalizou.

Deputado federal pelo PT, Vander Loubet, via assessoria de imprensa, confirmou o acordo de Delcídio com os senadores do PMDB. A lista consensual teria sido entregue na sexta-feira (3) à Casa Civil e, amanhã (9), o governo daria resposta sobre os pleitos.

Espera sem fim – Enquanto os peemedebistas estariam a um passo da nomeação, outros aliados e até parlamentares do PT, partido da presidente, seguem a espera. É o caso do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT). Ele disputa com Vander o poder de indicar o comandante da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

De acordo com o deputado do PDT, o petista quer a manutenção de Aristides José Ortiz na chefia da instituição. Já Dagoberto tem outro nome para indicar.

O deputado federal Zeca do PT busca o comando do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Cansado de esperar, ele chegou a desabafar sua indignação com a falta de consideração da presidente com quem foi às ruas pedir votos a ela.

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