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Política

Prefeito de SP, Bruno Covas, morre de câncer aos 41 anos

Ele lutava contra a doença desde outubro de 2019 e não resistiu das complicações após ser internado no dia 2

Gabriela Couto | 16/05/2021 09:24
Prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morre de câncer na manhã deste domingo (Foto Divulgação)
Prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morre de câncer na manhã deste domingo (Foto Divulgação)

Morreu na manhã deste domingo (16) o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB, aos 41 anos. Ele lutava contra um câncer na cárdia, uma válvula entre o esôfago e o estômago desde outubro de 2019. Covas estava internado desde o dia 2 de maio no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Na data ele pediu licença da prefeitura e deixou o cargo para o vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Na última sexta-feira (14) o boletim médico do prefeito declarou que o estado de saúde de Covas era irreversível. O prefeito foi internado após reclamar de dores e fraqueza. Os médicos descobriram que ele tinha uma hemorragia no estômago, no lugar de um dos tumores, o que causou anemia, e o colocaram por dois dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Apesar do quadro grave de saúde, o prefeito sempre mostrou otimismo com seu tratamento. Ele deixa um filho, Thomaz, de 15 anos. Covas era separado da mãe do garoto, a  economista Karen Ichiba de Oliveira desde 2014.

História - Bruno Covas é neto do ex-governador Mário Covas. Desde os 15 anos ele deixou a casa dos pais em Santos para viver no Palácio dos Bandeirantes, junto com o avô. Foram seis anos como espectador privilegiado das decisões sobre os rumos do estado.

Com 17 anos se filiou ao PSDB. Cursou direito na USP e economia na PUC-SP. Sua primeira eleição foi em 2001, como vice-prefeito de Santos, na chapa encabeçada por Raul Christiano (PSDB). Acabaram em quarto lugar.

A primeira vitória veio em 2006, quando tentou candidatura a deputado estadual. Foi eleito com 122,3 mil votos. Assumiu o mandato aos 20 anos. Impulsionado pelo sobrenome, não teve dificuldade para se reeleger em 2010. Foi o mais votado, com 239 mil votos.

No ano seguinte, Geraldo Alckmin, o sucessor de seu avô no governo paulista, o convidou para assumir a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. No posto, Bruno conseguiu consolidar o seu grupo político e passou a exercer papel de destaque no controle do diretório paulistano do PSDB.

Em 2014, decidiu se arriscar em Brasília. Foi o quarto deputado federal paulista mais votado, com 352.708 votos. Votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No mesmo ano, chegou a se inscrever para disputar as prévias tucanas que escolheriam o candidato a prefeito de São Paulo. Mas acabou desistindo para apoiar João Doria, que venceu a eleição no primeiro turno e  nomeou Bruno secretário das Subprefeituras.

Dez meses depois, diante das críticas sobre o serviço de zeladoria da cidade, tirou o vice do posto e transferiu Covas para a Secretaria de Governo, pasta com função exclusivamente de articulação política.

Seis meses depois de ser tirado da Secretaria das Subprefeituras, Covas herdou a prefeitura de Doria, que renunciou ao comando da cidade para concorrer ao governo do estado. Bruno assumiu o mesmo cargo que havia sido ocupado por seu avô entre 1983 e 1985.

Desde que foi diagnosticado com câncer, o prefeito decidiu divulgar à imprensa todas as fases do tratamento. Ele chegou a se licenciar do cargo para os tratamentos, mas conseguiu manter o plano de se candidatar à reeleição em 2020.

Quando tinha que se internar para fazer as sessões de tratamento, Covas despachava do hospital. Participava de reuniões virtuais e usava um certificado digital num tablet para poder assinar atos e decretos.

Antes de entrar na campanha, teve que administrar a pandemia do novo coronavírus. As medidas adotadas pela prefeitura, uma contraposição à postura negacionista do governo Jair Bolsonaro, deram projeção a Bruno Covas. Em março de 2020, o prefeito chegou a se mudar para morar no gabinete da prefeitura, no centro de São Paulo.

O tucano foi ao segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL) e se elegeu sem dificuldade, com  59,38% dos votos válidos. A vitória alçou Bruno Covas ao posto de liderança política nacional.


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