Prefeitos do PT reforçam protesto de municípios contra a crise na segunda
Apesar da campanha da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) ter como pauta cobrança ao governo federal, em função de atraso de repasses em obras e projetos, os prefeitos do PT vão aderir a manifestação e participar do evento em Campo Grande, na próxima segunda-feira (10). A maioria também vai paralisar as atividades para esclarecer os motivos da crise.
O presidente da Assomasul, Juvenal Neto, já declarou que as prefeituras não receberam os R$ 140 milhões de “restos a pagar” referentes aos orçamentos de 2013 e 2014, e que poderiam até fechar as rodovias do Estado, como uma forma de protesto, para pressionar a União. Outra questão em pauta é orientar a população sobre as dificuldades dos municípios, em função da crise econômica nacional.
Neste cenário os gestores do PT também resolveram aderir a campanha, que reforça os ataques contra a presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito de Rio Verde, Mário Kruguer (PT), ressaltou que vai paralisar tudo, pois é preciso fazer esta conscientização a população, até para que todos saibam que os problemas não são apenas em relação ao governo federal e sim de ex-gestores que deixaram dívidas.
“Houve muita má gestão no município, não pode agora responsabilizar os administradores atuais, aqui por exemplo quando assumi tinha até duodécimo atrasado, uma dívida de R$ 17 milhões no INSS, também queremos agilidade da Justiça para julgar estes casos”, disse ele.
O prefeito de Corumbá, Paulo Duarte (PT), confirmou que também aderiu a campanha, pois se coloca solidário aos municípios que convivem com esta crise financeira e que cabe a população entender este momento difícil. “Vou estar em Campo Grande discutindo esta situação, não vou paralisar as atividades, porque já tinha compromissos agendados e ações preparadas, mas sou solidário”.
Para José Antônio Assad e Faria (PT), prefeito de Ladário, este é o momento de se chamar a atenção da sociedade sobre a péssima condição das prefeituras, que precisam lidar com sérios problemas financeiros, muitas vezes até com inadimplência. “Nós vamos paralisar a Secretaria de Administração, o resto vai continuar, mas estamos de acordo com toda movimentação”.
O prefeito de Jardim, Erney Cunha (PT), que é vice-presidente da Assomasul, disse que seu município vai parar 100% no dia 10, já que esta informação deve chegar ao cidadão, para entender que a crise não é apenas no seu município e sim no âmbito nacional e até internacional. “Não queremos atacar ninguém, e sim levar conscientização”.
Cunha também revelou que esteve em Brasília nesta semana, com o senador Delcídio do Amaral (PT) e que recebeu o compromisso de representantes do governo federal, que os recursos do “resto a pagar” para Mato Grosso do Sul, serão acertados, por meio de um cronograma que está sendo feito neste mês de agosto.