Prefeitos reeleitos terão mandato quase sem oposição
Nas principais cidades de Mato Grosso do Sul, um fenômeno pode ser percebido: os prefeitos reeleitos fizeram por tabela a quase totalidade dos vereadores. Em Corumbá, por exemplo, sequer haverá oposição na Câmara.
Os 11 vereadores corumbaenses eleitos e reeleitos são aliados do prefeito. Para Ruiter, essa ausência total de oposição dá tranqüilidade para administrar a prefeitura sem incômodos. "Ficamos otimistas, principalmente em um momento de dificuldade como esse", afirma.
Ruiter se refere à crise econômica mundial que atingiu em cheio setores ligados à mineração na cidade fronteiriça e já provoca demissões em outros seguimentos.
Hoje, o prefeito de Corumbá tem a oposição de apenas um vereador. Ele diz que foi possível conseguir ter uma Câmara composta só por vereadores de partidos aliados graças ao "pacto político por Corumbá" que aglutinou uma grande quantidade de forças políticas. Ruiter foi eleito com apoio de 15 partidos: PT, PC do B, PMDB, PDT, PTB, PR, PMN, PSL, PSB, PP, PRB, PT do B, PHS, PTN, PSC.
Em Três Lagoas e Ponta Porã, os respectivos prefeitos reeleitos, Simone Tebet (PMDB) e Flávio Kayatt (PSDB), elegeram e reelegeram nove dos 10 vereadores de cada uma das câmaras.
Idevaldo Claudino (PT) é o único vereador da oposição eleito em Três Lagoas. Já na cidade de Ponta Porã, o único representante da oposição na Câmara será o vereador reeleito Adãozinho Dauzacker (PSB).
E ele promete, mesmo sozinho na oposição, fiscalizar a prefeitura. "Não é porque sou o único que vou deixar de exercer o meu papel. Vou estar fiscalizando (sic) 24 horas por dia. E não vou estar sozinho porque os outros vereadores, mesmo sendo da situação, também vão exercer o papel deles", afirma.
Adãozinho afirma que fará uma oposição "inteligente e sadia", denunciando as medidas que forem de interesse próprio do prefeito e apoiando os projetos que vão ao encontro dos interesses da população.
Em Campo Grande, a oposição que já tinha pequena força, encolheu. Apenas dois vereadores reeleitos são da oposição: Thaís Helena e Cabo Almi. O outro vereador petista, Marcos Alex, não conseguiu ser reeleito.
Minoria - Já para os prefeitos de primeiro mandato, nem sempre a situação é tão cômoda. Esse é o caso de Ari Artuzi, eleito prefeito de Dourados após derrotar o candidato do Governo, o vice Murilo Zauith (DEM), e o candidato do então prefeito Laerte Tetila, Wilson Biasotto (PT).
A coligação de Artuzi elegeu apenas cinco dos 12 vereadores. Se ele quiser tranqüilidade, terá que manter uma boa relação com vereadores de partidos que apoiaram adversários dele.
Somente o DEM de Murilo Zauith elegeu quatro vereadores, enquanto o PT de Biasotto fez dois.