Prefeitura vai à Justiça acusando Seleta de desvio de verba para demissões
Presidente da entidade, no entanto, nega e diz que desligamentos começam em 19 próximo
A Prefeitura de Campo Grande acusa a Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária de desviar dinheiro que seria destinado a pagar rescisões de 120 pessoas e afirma que foi à Justiça para tentar bloquear R$ 954.707,00 da entidade.
Uma ação na Justiça obriga o Município a despedir 4,3 mil contratados por meio dos convênios que tem com a Seleta e também com a Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar). Na semana passada, foi repassado R$ 1,8 milhão para pagamento de 213 rescisões das duas entidades. O problema de desvio teria ocorrido somente na Seleta, enquanto a Omep cumpre as demissões, ainda segundo a Prefeitura.
Além do bloqueio de bens, o Executivo Municipal também pede o afastamento do presidente da Seleta, Gilbraz Marques. Para a Prefeitura, a entidade “tem atrapalhado a aplicação do plano de demissões, descumprindo as determinações do Município e a decisão judicial".
O presidente Gilbraz Marques foi procurado pelo Campo Grande News. Negou qualquer desvio do dinheiro depositado e afirmou que 66 funcionários estão com a homologação da demissão marcada para 19 de julho. O restante deve ser desligado na sequência. "Não houve nenhum desvio. Tudo está sendo providenciado", afirmou.
A situação denunciada hoje é só mais uma parte da história na Justiça, que determinou ao Município a demissão de 4,3 mil contratados por meio dos convênios, até janeiro de 2017, em virtude de indícios de irregularidades apontados pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul).
Até 5 de setembro, a ordem é para que pelo menos 1,7 mil sejam demitidos, mas, mesmo após a decisão judicial, já houve uma série de entraves que emperra o cumprimento. Antes da determinação, 100 pessoas foram desligadas, e, segundo o Município, 579 pessoas serão desligadas até 10 de agosto.
*Matéria editada para acréscimo de informação às 11h04.