Presidente da Câmara tem mandato cassado por juiza polêmica e recorre
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mário César (PMDB), vai recorrer de decisão da juíza eleitoral Elisabeth Rosa Baisch que cassou o mandato do peemedebista na manhã desta terça-feira.
A juíza é a mesma que censurou o jornal Correio do Estado de divulgar pesquisa de intenção de votos que prejudicava Alcides Bernal e que aprovou as contas de campanha do atual prefeito.
Oficial de justiça esteve hoje cedo na Câmara para comunicar a cassação e determinar ao vice-presidente Flávio Cesar que assuma imediatamente a presidência da Casa.
A acusação é de compra de votos na campanha do ano passado, com uso de tickets combustível. Depois de denúncia anônima em setembro de 2012, a Polícia Federal abriu investigação para verificar se eleitores recebiam gasolina para rodar com o adesivo do candidato.
Segundo o presidente da Câmara, o que ocorreu foi um equívoco. Ele garante que a única pessoa “flagrada” abastecendo em posto foi um cabo eleitoral contratado. “Ele recebia um salário mínimo e o vale combustível para abastecer”, diz o vereador.
Na versão dele, a Polícia Federal estava de “espreita” no dia 1º de setembro no posto Trokar, contratado por vários comitês para fornecer combustível aos cabos eleitorais e outros funcionários.
A denúncia era de compra de votos de outros candidatos, mas os policiais abordaram o cabo eleitoral do PMDB que havia parado para colocar 10 litros de combustível, garante Mário César.
Ele diz que chegou a ser convocado pelo Ministério Público para dar explicações, mas não foi necessário responder a nenhuma pergunta. “Então achei que estava tudo certo”, comenta.
Mário César lembra que a prestação de contas de campanha foram aprovadas sem ressalva. “Anexei todos os recibos e por isso estou tranquilo”, reforça.
Ele deve entrar com ação cautelar pedindo efeito suspensivo da decisão da juíza que deve ser julgada em, no máximo, 10 dias. Enquanto isso, o vereador fica afastado.
Outros 4 vereadores são alvo de ação por compra de votos: Thais Helena (PT) Paulo Pedra (PDT) Alceu Bueno (PSL) e Delei Pinheiro (PSD).
Como a decisão contra Mário César ainda é em primeira instância, ele poderá continuar no cargo enquanto a Justiça avalia o recurso.