Presidente da CPI diz que situação exposta da Santa Casa é “catastrófica”
O presidente da CPI da Assembleia, o deputado Amarildo Cruz (PT), afirmou que a situação da Santa Casa, apresentada pelo seu diretor Wilson Teslenco na reunião de ontem, é “catastrófica”. Ele argumentou que caso as denúncias apresentadas se confirmem, a junta interventora que esteve no controle do hospital, irá ser responsabilizada pelos atos.
Amarildo destacou que esta averiguação será exposta no relatório final da comissão e repassada ao MPE (Ministério Público Estadual) para que este tome as providências necessárias. “Não vamos nos contentar em apenas expor os problemas, vamos investigar quem são os responsáveis pelas irregularidades, este é o objetivo desta CPI”, enfatizou.
O presidente da CPI apontou que durante este período em que a junta esteve a frente da Santa Casa, o MPE deveria ter exercido um papel “fiscalizador”, acompanhando as decisões e ações dos dirigentes. “Se eles foram omissos, também faremos esta cobrança, já que o MPE que esteve a frente quando foi feita a intervenção no hospital”.
Irregularidades – Amarildo salientou que o novo diretor da Santa Casa, usou o espaço da CPI para expor uma série de documentos que apontam irregularidades na antiga gestão. Entre elas estão, o uso do hospital por alguns médicos para servir de “comitê eleitoral”, além de ficar comprovado que existem funcionários sem utilidade, que usam o local como “cabide de emprego”.
Também foram apresentadas algumas denúncias, como a diminuição de leitos de 750 para 630 nos dois primeiros anos da intervenção, mesmo com esta recebendo recursos como se ainda tivessem os 750 leitos iniciais. “Além disto, existe a questão dos tributos que foram descontados dos funcionários, mas desde outubro de 2012 não foram repassados ao governo federal”, afirmou Amarildo.
Convocação – A CPI da Assembleia Legislativa, que investiga supostas irregularidades no repasse de recursos públicos para unidades de saúde do Estado, decidiu pela convocação da secretária estadual de saúde, Beatriz Dobashi, para comparecer a próxima reunião, marcada para segunda-feira, às 15h.
De acordo com o presidente, a vinda da secretaria vai elucidar como eram repassados os recursos do SUS e do governo estadual para as unidades de saúde. Ele ainda adiantou que antigos gestores, secretários e até prefeitos podem ser convocados pela CPI. “Antes sempre fazemos uma costura política para não haver discordâncias”, destacou.
A CPI da Assembleia é formada pelos deputados Amarildo Cruz (PT), presidente, Junior Mochi (PMDB), relator, Maurício Picarelli (PMDB), Onevan de Matos (PSDB) e Lauro Davi (PSB). Eles vão investigar os repasses públicos dos últimos 5 anos em Mato Grosso do Sul.