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Política

Presidente do Senado sugere volta de escolta à Soraya diante de ameaças diárias

Mesmo a contragosto, senadora diz que a angústia da família pesou na decisão de aceitar novamente a segurança

Por Jhefferson Gamarra | 05/02/2024 16:45
Soraya Thronicke sob escolta policial durante as eleições de 2022 (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Soraya Thronicke sob escolta policial durante as eleições de 2022 (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Alvo de ameaças constantes, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) concordou com a sugestão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e retomará a escolta da Polícia Legislativa.

Recentemente, a equipe da senadora acionou a Polícia Legislativa e a Advocacia do Senado após receber um e-mail ameaçador em seu gabinete, assinado pelo pseudônimo "faixa-preta".  Na mensagem de dezembro de 2023, autor garantiu que estava “monitorando” os passos da senadora em Mato Grosso do Sul e prometeu "quebrar quatro costelas". “Estou aqui de olho e monitorando você aqui no MS para te pegar na rua. Vou quebrar apenas 4 costelas suas”, dizia a texto.

Em entrevista ao Campo Grande News, Soraya Thronicke revelou que as ameaças são recorrentes em sua vida política e que as mensagens frequentemente incluem ameaças de violência sexuais, violência física e até mesmo contra seus familiares.

“Se eu for avisar a imprensa sempre que receber ameaças, vou avisar todos os dias, querendo ou não se transformou em algo normal. São coisas que eu abstraio, mas pediram para eu levar a sério porque é recorrente. Quase todos os dias falam em estupro coletivo, que vão me estuprar, que vão matar meu filho, ficou comum na minha vida, além dos xingamentos como vagabunda, traidora e filha da p*”, lamenta a senadora.

Eleita em 2018 na onda bolsonarista e posteriormente rompida com o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da covid-19, a senadora enfrentou intensificação dos ataques, especialmente durante a campanha presidencial de 2022. "Durante a campanha presidencial, virou um inferno. Os ‘bolsonaristas’ são piores, eu sempre fui e sou de direita, mas os ‘lulistas’ não me atacam, eles são bem tolerantes porque tenho uma posição de respeito", comentou.

Agora, mesmo relutante, a senadora garante que vai aceitar a indicação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para andar com escolta da Polícia Legislativa. A senadora justifica que as ameaças e ataques a familiares e pessoas próximas pesaram na decisão de aceitar novamente a escolta.

“Tinha segurança, mas depois pedi para tirar, até porque a gente perde nossa privacidade, tenho meus hábitos, frequento sempre o mesmo salão, gosto de tomar café e ir a restaurantes. O presidente Pacheco pediu para voltar com segurança e vai voltar infelizmente. Na campanha, jogaram um carro para cima do carro de um familiar só porque estava com meus adesivos. Isso não só me coloca em risco, mas também angustia meus familiares”, explicou Soraya.

A parlamentar também revelou preocupações mais profundas com relação à sua segurança, destacando espionagens ilegais realizadas pela chamada Abin paralela, conforme uma recente investigação da Polícia Federal. A senadora afirmou que, além dela, familiares e funcionários estavam sendo alvos, incluindo interceptações da geolocalização de todos.

"Alguns parlamentares me informaram que filhos e cônjuges também foram monitorados, então as ameaças ficam em segundo plano com essa coisa da Abin, não existe justificativa para monitorar a geolocalização dos meus familiares a não ser para cometer algum tipo de violência", concluiu Soraya Thronicke.

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