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Política

Protesto tem pano preto no "paliteiro", monumento na entrada da UFMS

Universidades, incluindo a UFGD em Dourados, foram alvo de ações da Justiça Eleitoral por suposta propaganda irregular

Izabela Sanchez e Guilherme Henri | 26/10/2018 12:10
Estudantes e professores penduram faixa preta no símbolo da UFMS (Marina Pacheco)
Estudantes e professores penduram faixa preta no símbolo da UFMS (Marina Pacheco)

Universidades pelo Brasil realizaram atos pela democracia, contra o fascismo. Na quinta-feira (25), no entanto, a Justiça Eleitoral realizou ações, incluindo na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em Dourados, a 233 km de Campo Grande, e proibiu as manifestações, por entender que configuravam propaganda eleitoral em prédio público, proibido por lei.

Nesta manhã, insatisfeito com as intervenções das universidades, em apoio à autonomia de manifestação política, professores e alunos reuniram-se no obelisco da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, símbolo conhecido como paliteiro, para gritar “democracia já”.

Cerca de 50 alunos e docentes “enfaixaram” o paliteiro com um pano de cor preta, um símbolo do protesto. A revolta contra as proibição dos eventos políticos nas universidades surgiu na quinta-feira (25), com um grupo de whatsapp, que mobilizou o protesto. O grupo já tem 228 alunos e professores da UFMS.

Faixa preta simboliza a revolta dos alunos e professores contra as intervenções da Justiça Eleitoral (Marina Pacheco)
Faixa preta simboliza a revolta dos alunos e professores contra as intervenções da Justiça Eleitoral (Marina Pacheco)

A estudante de jornalismo, Ketlen Gomes, explicou que o movimento não é partidário, e sim de solidariedade às universidades que sofreram intervenção de policiais e fiscais da Justiça Eleitoral. “É um movimento que não é partidário, mas é em prol às universidades, é para chamar a atenção da sociedade”, comentou.

Marcos Antônio Fernandes, também estuda jornalismo e avalia que manifestar-se, nesse momento, “é muito importante”. “Os estudantes estão muito preocupados com a perda de autonomia. Então precisamos nos manifestar”, opinou.

Um professor de fisioterapia que preferiu não ser identificado afirmou que a intenção do protesto é chamar a atenção da sociedade. “Pretendemos tirar uma foto para poder disseminar a imagem e atingir o maior número de pessoas possíveis. Os docentes são solidários às universidades que sofreram as intervenções”, declarou.

Depois da proibição, alunos protestaram na UFGD (Divulgação)
Depois da proibição, alunos protestaram na UFGD (Divulgação)

Na UFGD – Na UFGD em Dourados, estudantes organizaram uma aula com o tema “Esmagar o Fascismo", e acontecia no Centro de Convivência da unidade II, na Cidade Universitária. Os discursos sobre o tema começaram às 10h, mas uma hora depois a aula foi suspensa por um oficial de Justiça acompanhado de policiais federais que foi ao local para cumprir a ordem do juiz da 18ª Zona Eleitoral Rubens Witzel Filho.

No mandado de notificação o juiz determinou a notificação da reitora da UFGD Liane Calarge ou de seu representante legal “para que seja proibida a realização da aula pública referente ao tema Esmagar o Fascismo, a ser realizada em 25/10/2018 às 10h, nas dependências da citada universidade”.

De acordo com a Justiça Eleitoral, a determinação do juiz foi expedida após denúncia revelar que um evento de cunho político eleitoral seria realizado nas dependências de um órgão público, o que contraria a lei.

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