Rachel Magrini cobra transparência na OAB-MS e maior atenção ao interior
Candidata também fala da morosidade em processos éticos e disciplinares e a expansão do curso de Direito no Estado
Candidata à presidência da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional Mato Grosso do Sul), Rachel Magrini encabeça a chapa “Renova OAB” cobrando maior transparência da administração do órgão e atenção aos profissionais que trabalham no interior do Estado. A eleição está marcada para o próximo dia 20.
“Temos uma hoje triste realidade, que é não ter a publicação e nem a transparência, demonstrando todos os gastos da Ordem e, inclusive, com as festas que andam sendo feitas, e todos os outros gastos que entendo ser bem excessivos. A OAB está seguindo o ditado ‘faça o que eu digo, mas não faça o que faço’”, afirma Rachel.
A candidata também reclama que da morosidade em processos éticos e disciplinares. “Creio numa gestão mais eficaz, transparente e realmente voltada para o advogado”, diz.
Advogada desde 2011, Rachel é natural de Dourados – a 233 km de Campo Grande –, e formada pela Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto). Foi secretária-geral da OAB entre 2010 e 2012, na gestão de Leonardo Avelino Duarte.
Rachel defende que o órgão se volte para os advogados do interior do Estado. “Sou douradense, vivi e vivo a realidade do interior desde que nasci. A advocacia precisa se unir para ter a valorização que teve no passado, mas precisamos mudar essa realidade”, cita. Ela diz que os profissionais são dependentes da seccional.
“A falta de diálogo e conexão prejudicam totalmente as condições de trabalho. Essa aproximação passa por receptividade e inclusão do interior. Nossa chapa contempla o interior para ter voz e vez”.
A advogada cita a experiência como secretária-geral da OAB-MS para atingir novos objetivos a frente da entidade. “É pela secretária-geral que passam todos os problemas. Precisamos retomar o caminho do diálogo com outras instituições, mas com a OAB puxando a bandeira, não deixando o advogado desamparado”.
“Tivemos três anos de uma das gestões que teve a melhor aprovação até hoje, com 92%. Tínhamos a proximidade com o advogado. É uma bandeira que a gente levanta e principalmente a tranquilidade de quem já esteve na OAB. Já trabalhei trazendo renovação, que são ideias diferentes e uma chapa totalmente renovada. Então é esse equilíbrio que acho que vai fazer diferença na nossa gestão”.
Com 350 membros na chapa, a candidata diz que a chapa representa todos os profissionais. “Nossa chapa trouxe os advogados do interior, da Capital, das mulheres, homens, o novo advogado, o sênior, o portador de necessidades especiais, de todas as especialidades da advocacia para que cada um possa levar sua demanda”.
A candidata diz que a OAB-MS precisará se aproximar da população, principalmente depois do período eleitoral. “A OAB foi a responsável na época da redemocratização. Em 2019, seremos nós que teremos nos unir a sociedade depois de uma eleição tão turbulenta. A OAB terá que levantar essa bandeira de união, evolução, para manter os direitos conquistados para que a sociedade vá ao caminho da evolução social, financeira, para que possa realmente sair da crise”.
Rachel também prega uma fiscalização e que haja um pé no freio na expansão de cursos de Direito. “Os cursos jurídicos têm crescido sem qualquer controle. Temos uma quantidade de bacharéis indiscriminada, que não consegue enxergar futuro no mercado de trabalho e que tentam aprovação no exame de Ordem e não consegue”.
“Precisamos de uma comissão de Ensino Jurídico atuante desde o ingresso da universidade, para que os bacharéis que optarem pelo concurso fique o legado do ensino jurídico”.
A candidata também defende que o advogado esteja em igualdade com outros profissionais no que se refere ao porte de arma. Diz ser contra a redução da maioridade penal para 16 anos. “Não acredito que seja a solução para os nossos problemas. A solução é colocar penas maiores e lugares que possam receber esses menores”.
Eleições – Com um orçamento de cerca de R$ 10 milhões e um quadro de 15 mil associados, a OAB-MS tem 31 subseções e um quadro de cerca de 180 servidores. O processo eleitoral é disputado por três chapas: OAB em Ordem, de Mansour e do atual vice, Gervásio Barbosa; a chapa de Jully Heyder da Cunhza Souza, candidato a presidente, e Felipe Azuma, vice (alvo de decisão da Ordem Nacional para que mude o nome, que já vinha sendo usado fora do período de campanha); e a Renova OAB, da advogada Rachel Magrini como candidata à presidência com Abadio Baird como vice. A votação acontece no dia 20 de novembro.