Recordista em eleições perdidas tem 9ª chance e campeão de vitórias tenta a 14ª
Roberto Santos Durães tenta mandato pela nona vez, mas nunca se elegeu; Londres Machado disputa 14ª eleição
Ao menos, 383 dos 575 candidatos das eleições deste ano disputaram cargos políticos anteriormente, em Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento feito pelo Campo Grande News, baseado em dados disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), quem mais se candidatou, mas nunca se elegeu, é Roberto Santos Durães (PL), com nove participações em corridas eleitorais.
Em 2022, ele concorre ao cargo de deputado federal. A primeira aparição foi em 1998, quando buscou se eleger deputado estadual, pelo PRTB, segundo consta na base de registros do TSE.
Em 2004, tentou ser vereador de Campo Grande pelo PSC e, nas eleições municipais seguintes, tentou o mesmo cargo, mas pelo PTB. Na disputa seguinte, tentou ser do Legislativo da Capital novamente, mas pelo PT, partido em que estava filiado em 2014, quando tentou ser eleito deputado estadual.
Em 2015, no entanto, ele assumiu lugar de Thais Helena (PT) na Câmara dos Vereadores, já que tinha sido eleito como suplente.
Em 2016, voltou ao PSC, para concorrer ao cargo de vereador de Campo Grande e se mudou para o PSL em 2018, quando buscou vaga na Câmara dos Deputados. Em 2020, mais uma vez, tentou ser vereador em Campo Grande pelo PSC e, em 2022, concorre ao Congresso novamente.
Como justificativa para a falta de êxito nas urnas, o candidato alega que promove campanhas "pés no chão" com apoio de amigos e sem gastar grandes fortunas em troca de uma cadeira política. "Ao longo desse tempo tenho cultivado amizades por todos os lugares onde passei, nunca tive dinheiro, não negocio minha alma com ninguém."
"Vou na fé respeitando as pessoas. Ninguém vai me fazer corrupto, porque não sou ladrão. Sou incansável e nunca desisti. Por diversas vezes tentam me comprar para me corromper, mas não participo de panelas", enumerou Durães, afirmando que desta vez está apostando fortemente nas redes sociais para conseguir uma vaga na Câmara Federal.
José Andrade de Morais (Solidariedade) aparece em seguida, com oito disputas, além de Rosineia Silva de Carvalho (Solidariedade), Elano Holanda de Almeida (PRTB) e Ada Maria Nogueira da Silva (PTB), todos com sete aparições entre os que nunca se elegeram.
Figuras carimbadas - O candidato com maior número de aparições (14) nas eleições municipais e gerais, no Estado, é Londres Machado (PP), que busca ser eleito deputado estadual, neste ano.
Nascido em Rio Brilhante, ele declarou R$ 14.365.079,10 em bens, em 2022. Ele foi eleito, em 2018, com 20.782 votos, e já presidiu a Assembleia Legislativa por sete vezes, além de ter exercido outros cargos na Mesa Diretora, ao longo dos mais de 40 anos na vida pública.
O parlamentar participa do Legislativo Estadual desde a Assembleia Constituinte e está em seu 12º mandato, sendo 11 conquistados de forma consecutiva. Neste ano, ele deixou o PSD e se filiou ao PP. Seu primeiro mandato começou em 1970, como deputado estadual, pelo antigo estado de Mato Grosso.
Loester Nunes de Oliveira, o Dr Loester (MDB), aparece em segundo na lista, com 13 participações em eleições. Neste ano, ele concorre novamente ao cargo de deputado estadual. Ele foi eleito vereador de Campo Grande, em 2020, e neste ano declarou R$ 3.535.102,32 à Justiça Eleitoral.
Marcelo de Moura Bluma (PV) participou da corrida eleitoral em Mato Grosso do Sul, ininterruptamente, entre as eleições de 2000 e 2022, disputando todos os pleitos municipais ou gerais - neste ano, quer ser deputado estadual. Ele tem 12 aparições, bem como Antônio Ferreira da Cruz Filho, o Dr Antônio Cruz (MDB), que concorre ao cargo de deputado federal.
Fecham a lista de mais participações, todos com 12 pleitos, João Batista dos Santos, Valdir de Almeida - que nunca foi eleito -, e Onevan José de Matos. No entanto, os três não disputam eleições de 2022.
Nunca eleitos - Valdir de Almeida concorreu ao cargo de vereador de Campo Grande, em 2020, pelo PDT. O advogado, de 78 anos, havia declarado R$ 13.386 e concorre desde antes da divisão do Estado, com 12 participações, mas nunca obteve sucesso, conforme os dados do TSE. Neste ano, ele não vai buscar se eleger.
Em seguida, aparece Vanderley Macedo Lima, com 10 participações. Ele foi candidato a deputado estadual pelo PHS (Partido Humanista Solidariedade) em 2018. Neste ano, o Poder Judiciário encontrou R$ 62,60 em sua posse, ao bloquear suas contas. Ele deveria devolver R$ 20.910,29 após ter contas de campanha desaprovadas.
Suél Ferranti, o Suél do PSTU, foi quem mais perdeu eleições e sequer foi eleito como suplente - foram oito pleitos disputados. No entanto, ele não se candidata neste ano. Eduardo Ferrufino Guzman e Márcio Alves Benites têm cinco eleições, cada um, nunca se elegeram para a suplência, e concorrem em 2022 também.
A reportagem fez levantamento com base em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), compilando as bases de cada eleição, de 1934 a 2022, incluindo candidatos que disputaram eleições por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os registros originais podem ser conferidos neste link.