Reunião com secretário não convence e oposição mantém proposta de CPI
Após reunião sem técnicos e documentos, o secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir Alves de Brito, não convenceu os vereadores e a oposição continua disposta a instalar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a operação tapa-buracos.
“O secretário não pode chegar sozinho sem documentos e técnicos. Ele tem que andar junto com os engenheiros e não vai enganar a Câmara”, afirmou Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), que assumiu hoje a presidência da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos.
Com tantas perguntas dos parlamentares, ontem (9), o secretário chegou a pedir a gravação da reunião para se pronunciar por escrito sobre número de contratos, empresas, valores e métodos de fiscalização do serviço, para o qual são desembolsados mensalmente R$ 13 milhões dos cofres da Prefeitura.
Marcos Alex (PT) pontuou que a situação está cada vez mais difícil de se sustentar, tanto que assina dois requerimentos para instalação de CPI junto com Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT), Thaís Helena (PT), Ayrton Araújo (PT) e Derly dos Reis, o Cazuza (PP).
As respostas, se não forem rápidas, também podem angariar apoio para início das investigações dentro da base aliada do prefeito Gilmar Olarte (PP). O líder, Edil Albuquerque (PMDB), acredita que a movimentação não passa de “carnaval” da oposição.
Contudo, Carla Stephanini (PMDB) sintetiza que a situação exige “não só boa vontade, mas respostas concretas”. Caso isso não ocorra, conforme Eduardo Romero (PT do B), a chance de uma CPI ganhará ainda mais força entre os parlamentares.
Para Luiza, desistir está fora de cogitação. Ela ainda lista Eduardo, Carlão, José Chadid (sem partido), Chiquinho Telles (PSD) e Paulo Siufi (PMDB) como possíveis apoiadores da investigação.
No grupo, ninguém nega que todas as formas de questionamento devem ser esgotadas antes de se criar uma CPI, porém terão que ser convencidos de que inexistem irregularidades. Com isso, laudos sobre tapa-buraco “fantasma” prometidos pelo secretário podem aliviar ou esquentar ainda mais os ânimos.
“A CPI não morreu e tem muito tatu nesse buraco, mas não adianta discurso vazio. Vamos investigar no mesmo batidão que fizemos com o [ex-prefeito Alcides] Bernal”, ressaltou Chiquinho.