Salles pede demissão a Bolsonaro e sai do Ministério do Meio Ambiente
Considerado da 'elite ideológica' do Governo, ele era um dos poucos que segue desde o início
Foi confirmado em edição do DOU (Diário Oficial da União) publicado na tarde dessa quarta-feira (23) a exoneração do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A saída dele acontece a pedido, conforme divulgado no documento oficial, o que foi atendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Para o seu lugar já foi definido o nome de Joaquim Alvaro Pereira Leite, que até aqui era secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da mesma pasta - ele assumiu o cargo anterior em abril de 2020, fazendo parte de comissões como a de redução de fases de efeito estufa e de preservação da Amazônia Legal.
Antes, de julho de 2019 até abril do ano passado, ele dirigiu o departamento florestal do Ministério do Meio Ambiente, fazendo parte dos departamentos de combate ao desmatamento ilegal, recuperação da vegetação nativa e de incêndios florestais e queimadas. Ele também já foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira.
Já o agora ex-ministro Ricardo Salles é investigado com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta interferência em inquérito sobre apreensão de madeira. Ele nega as irregularidades, mas o pedido partiu da PGR (Procuradoria Geral da República) após denúncias apresentadas pela PF (Polícia Federal).
Outra polêmica envolvendo Salles foi a reunião ministerial em que, no mês de abril do ano passado, o ex-ministro falou para o presidente Jair Bolsonaro aproveitar o foco da mídia na pandemia para "ir passando a boiada" e alterar regras ambientais. O encontro foi gravado e acabou sendo revelado posteriormente pelo STF.