Senador foi solto após suposta delação com 'revelações importantes'
Assessores, no entanto, negam acordo para garantir liberdade do parlamentar
Depois de ser solto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Delcídio do Amaral (PT) ficará com a família nos próximos três dias e deverá ocupar a tribuna do Senado para um discurso quando voltar aos trabalhos parlamentares, na próxima terça-feira (23).
Segundo informações do jornal O Globo, a decisão de soltar o petista foi condicionada a um acordo de delação premiada, em que ele teria feito revelações importantes sobre a corrupção nos meios político e empresarial – o que está sendo negado por assessores.
Conforme a imprensa nacional, as informações prestadas levariam a operação Lava Jato a outro patamar, ainda mais elevado.
O senador está emocionado e aliviado com a soltura, determinada pelo ministro do STF Teori Zavascki nesta sexta-feira (19), conforme sua assessoria de imprensa. No momento, ele quer ficar com a esposa e a filha, aproveitando o momento de reencontro.
Na semana que vem, além de discursar no plenário, ele deve depor na comissão de ética da casa. Ele só pode sair de casa para o trabalho legislativo e se for cassado ou suspenso, deverá ficar recolhido no flat em Brasília até comprovar uma nova ocupação lícita.
Além disso, o senador tem dois dias para entregar o passaporte, uma vez que está proibido de deixar o Brasil, e deverá se apresentar à Justiça a cada 15 dias ou sempre que for solicitado em razão dos trâmites do processo.
Prisão – O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.
No começo de fevereiro, a defesa do senador pediu ao STF a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.
Os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova. Além disso, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.