Delcídio vai para 'recolhimento domiciliar' e retorna ao Senado na terça
Para sair da prisão, parlamentar teria feito acordo de delação premiada, segundo o jornal O Globo
O senador Delcídio do Amaral (PT) já foi solto da sede da PF (Polícia Federal), onde esteve preso desde novembro quando foi filmado tentando ajudar na fuga do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. A decisão de soltar o parlamentar foi tomada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki nesta sexta-feira (19).
Segundo informações do jornal O Globo, o petista teria feito um acordo de delação premiada com o grupo da PGR (Procuradoria-Geral da República) encarregado de investigar políticos envolvidos em esquemas de fraude em contratos entre empreiteiras e outras grandes empresas. Ao Campo Grande News, a assessoria de imprensa de Delcídio negou essas informações.
Ele teria feito, ainda conforme O Globo, revelações sobre a corrupção nos meios político e empresarial, o que poderia elevar a operação Lava Jato a outro patamar.
O senador deve seguir para casa e só poderá sair de lá para as sessões parlamentares, devendo permanecer no local em dias de folga. Conforme a imprensa nacional, o retorno de Delcídio às atividades políticas deve ocorrer somente na terça-feira.
Se ele for afastado ou cassado, só poderá deixar a residência depois de comprovar uma nova ocupação lícita.
Além disso, o senador tem dois dias para entregar o passaporte, uma vez que está proibido de deixar o Brasil, e deverá se apresentar à Justiça a cada 15 dias ou sempre que for solicitado em razão dos trâmites do processo.
Prisão – O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.
No começo de fevereiro, a defesa do senador pediu ao STF a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.
Os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova. Além disso, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.